O crime que chocou Brasília na madrugada de 3 de dezembro ganhou contornos ainda mais graves após a Polícia Civil do Distrito Federal confirmar que o incêndio no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RCG), no Setor Militar Urbano, foi provocado para encobrir um feminicídio dentro das instalações do Exército Brasileiro.
A vítima, a cabo Maria de Lourdes Freire Matos, 25 anos, musicista da banda marcial do regimento, foi encontrada morta após o fogo ser controlado. Horas depois, o soldado Kelvin Barros da Silva, 21 anos, confessou ter assassinado a militar e ateado fogo ao local para tentar destruir provas.
✅ Reconstrução do crime
Segundo a investigação conduzida pela 2ª Delegacia de Polícia, Maria de Lourdes e Kelvin mantinham um relacionamento que, de acordo com colegas, era marcado por ciúmes e conflitos. Na noite anterior ao crime, os dois teriam discutido dentro de uma das salas administrativas do quartel.
Durante o desentendimento, o soldado atacou a cabo com uma faca, desferindo golpes no pescoço. A perícia identificou que a morte foi rápida e violenta, sem possibilidade de defesa por parte da vítima.
Após o assassinato, Kelvin tentou ocultar o crime. Ele espalhou materiais inflamáveis no ambiente e iniciou o incêndio, acreditando que o fogo destruiria o corpo e eliminaria evidências. O plano falhou: militares perceberam a fumaça e acionaram o Corpo de Bombeiros, que conteve as chamas antes que se espalhassem por toda a instalação.
✅ Como o suspeito foi identificado
Apesar da tentativa de ocultação, a perícia encontrou:
- vestígios de acelerantes químicos no piso,
- marcas de sangue parcialmente queimadas,
- sinais de luta corporal,
- e objetos pessoais da vítima preservados.
O comportamento do soldado também chamou atenção. Ele apresentou versões contraditórias aos superiores e demonstrou nervosismo incomum. Após ser confrontado com as evidências, acabou confessando o crime.
Kelvin foi preso em flagrante e encaminhado ao Batalhão de Polícia do Exército, onde permanece detido.
✅ Repercussão dentro das Forças Armadas
O Exército divulgou nota oficial lamentando a morte da cabo e afirmando que está colaborando com a Polícia Civil e com a Justiça Militar. Internamente, o caso gerou forte comoção, especialmente entre integrantes da banda marcial, onde Maria de Lourdes era considerada disciplinada, talentosa e querida pelos colegas.
A morte reacendeu debates sobre:
- violência de gênero dentro das Forças Armadas,
- protocolos de segurança em alojamentos e áreas internas,
- e a ausência de mecanismos eficazes para identificar relacionamentos abusivos entre militares.
✅ Quem era a vítima
Maria de Lourdes Freire Matos era natural do Maranhão e servia no 1º RCG havia quatro anos. Ela integrava a fanfarra do regimento e participava de cerimônias oficiais em Brasília. Familiares relataram que ela planejava pedir transferência para outra unidade em 2025.
✅ Situação do processo
O caso é investigado como:
- feminicídio qualificado,
- incêndio criminoso,
- destruição de patrimônio público,
- e fraude processual.
A Justiça Militar acompanha o caso paralelamente, já que o crime ocorreu dentro de uma instalação do Exército.
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