Soldado confessa feminicídio e incêndio criminoso em quartel do Exército em Brasília

TimeCras
Roberto Farias
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O crime que chocou Brasília na madrugada de 3 de dezembro ganhou contornos ainda mais graves após a Polícia Civil do Distrito Federal confirmar que o incêndio no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (RCG), no Setor Militar Urbano, foi provocado para encobrir um feminicídio dentro das instalações do Exército Brasileiro.

A vítima, a cabo Maria de Lourdes Freire Matos, 25 anos, musicista da banda marcial do regimento, foi encontrada morta após o fogo ser controlado. Horas depois, o soldado Kelvin Barros da Silva, 21 anos, confessou ter assassinado a militar e ateado fogo ao local para tentar destruir provas.

Reconstrução do crime

Segundo a investigação conduzida pela 2ª Delegacia de Polícia, Maria de Lourdes e Kelvin mantinham um relacionamento que, de acordo com colegas, era marcado por ciúmes e conflitos. Na noite anterior ao crime, os dois teriam discutido dentro de uma das salas administrativas do quartel.

Durante o desentendimento, o soldado atacou a cabo com uma faca, desferindo golpes no pescoço. A perícia identificou que a morte foi rápida e violenta, sem possibilidade de defesa por parte da vítima.

Após o assassinato, Kelvin tentou ocultar o crime. Ele espalhou materiais inflamáveis no ambiente e iniciou o incêndio, acreditando que o fogo destruiria o corpo e eliminaria evidências. O plano falhou: militares perceberam a fumaça e acionaram o Corpo de Bombeiros, que conteve as chamas antes que se espalhassem por toda a instalação.

Como o suspeito foi identificado

Apesar da tentativa de ocultação, a perícia encontrou:

  • vestígios de acelerantes químicos no piso,
  • marcas de sangue parcialmente queimadas,
  • sinais de luta corporal,
  • e objetos pessoais da vítima preservados.

O comportamento do soldado também chamou atenção. Ele apresentou versões contraditórias aos superiores e demonstrou nervosismo incomum. Após ser confrontado com as evidências, acabou confessando o crime.

Kelvin foi preso em flagrante e encaminhado ao Batalhão de Polícia do Exército, onde permanece detido.

Repercussão dentro das Forças Armadas

O Exército divulgou nota oficial lamentando a morte da cabo e afirmando que está colaborando com a Polícia Civil e com a Justiça Militar. Internamente, o caso gerou forte comoção, especialmente entre integrantes da banda marcial, onde Maria de Lourdes era considerada disciplinada, talentosa e querida pelos colegas.

A morte reacendeu debates sobre:

  • violência de gênero dentro das Forças Armadas,
  • protocolos de segurança em alojamentos e áreas internas,
  • e a ausência de mecanismos eficazes para identificar relacionamentos abusivos entre militares.

Quem era a vítima

Maria de Lourdes Freire Matos era natural do Maranhão e servia no 1º RCG havia quatro anos. Ela integrava a fanfarra do regimento e participava de cerimônias oficiais em Brasília. Familiares relataram que ela planejava pedir transferência para outra unidade em 2025.

Situação do processo

O caso é investigado como:

  • feminicídio qualificado,
  • incêndio criminoso,
  • destruição de patrimônio público,
  • e fraude processual.

A Justiça Militar acompanha o caso paralelamente, já que o crime ocorreu dentro de uma instalação do Exército.


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