Brasília (DF) – A 10ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal autorizou, no último dia 18 de novembro, o bloqueio de bens do Banco de Brasília (BRB) e do Banco Master, no âmbito da Operação Compliance Zero. A decisão, assinada pelo juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite, determina o congelamento de até R$ 12,2 bilhões em ativos, além da apreensão de bens de luxo e documentos dos principais envolvidos.
A medida atinge não apenas as instituições financeiras, mas também seus dirigentes e até filhos menores de idade dos investigados, em uma tentativa de evitar a dilapidação do patrimônio. Entre os bens visados estão veículos de alto padrão, joias, relógios de grife e quantias em dinheiro vivo.
Esquema bilionário sob investigação
Segundo as investigações conduzidas pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal, o BRB teria transferido R$ 12,2 bilhões ao Banco Master entre janeiro e maio de 2025. O montante foi supostamente justificado por meio da aquisição de carteiras de crédito, que agora são apontadas como possivelmente fictícias ou infladas.
O juiz destacou que o BRB teria atuado para “amparar o Banco Master em sua crise de liquidez”, adquirindo ativos que representavam cerca de 30% do total de seus próprios ativos. A operação levanta suspeitas de gestão temerária e possível conluio entre os dirigentes das duas instituições.
Medidas cautelares e afastamentos
Além do bloqueio de bens, a Justiça determinou o afastamento do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, de suas funções. Também foram expedidas ordens de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados, bem como a retenção de passaportes e a proibição de saída do país.
A operação marca um dos maiores bloqueios judiciais da história recente do sistema financeiro brasileiro e reacende o debate sobre a governança e os mecanismos de controle em bancos públicos e privados.
Repercussão e próximos passos
O BRB ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão judicial. Já o Banco Central e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) acompanham o caso de perto, diante do potencial impacto sistêmico da operação.
O processo segue em segredo de Justiça, mas fontes ligadas à investigação indicam que novas fases da operação podem ser deflagradas nas próximas semanas, com o aprofundamento das quebras de sigilo bancário e fiscal dos envolvidos.
.jpg)

Não deixe de comentar !