Operação no Morro São João: PM Encontra Dois Corpos Não Identificados com Auxílio de Cães Farejadores

Roberto Farias
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No início da noite de 18 de outubro de 2009, a Polícia Militar do Rio de Janeiro anunciou a descoberta de dois corpos não identificados durante uma operação no Morro São João, localizado no bairro do Engenho Novo, na Zona Norte da cidade. A ação, que envolveu o Batalhão de Operações Especiais (BOPE), policiais do 3º Batalhão de Polícia Militar (Méier) e a Companhia de Cães Farejadores, foi conduzida em resposta a intensos confrontos na região, desencadeados por uma tentativa de invasão do Morro dos Macacos por traficantes do Comando Vermelho (CV), oriundos de favelas como São João, Jacarezinho e Mangueira.
Segundo o major Oderlei Santos, responsável pelas relações públicas da PM, os cães farejadores foram essenciais para localizar os corpos em uma área de mata, em meio ao cerco policial montado nos morros São João, dos Macacos, Quieto e Matriz. A operação ocorreu um dia após a queda de um helicóptero da PM, o “Fênix 03”, abatido por traficantes no dia 17 de outubro, durante um sobrevoo no Morro São João. O incidente com a aeronave, que resultou na morte de três policiais militares (Marcos Stadler Macedo, Edney Canazaro de Oliveira e Izo Gomes Patrício) e ferimentos em outros três, intensificou as ações policiais na região, com o objetivo de capturar os responsáveis pela invasão e pelo ataque.
Os corpos encontrados, ainda sem identificação, foram encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML) para exames que poderiam determinar a causa da morte e a identidade das vítimas. A PM não confirmou se os indivíduos eram suspeitos envolvidos nos confrontos ou moradores atingidos durante o tiroteio, mas a operação resultou na apreensão de um carro roubado e na detenção de quatro pessoas no Morro do Jacarezinho, reforçando a busca por traficantes ligados ao Comando Vermelho. O conflito, que começou na madrugada do dia 17 com um tiroteio que deixou quatro mortos, foi descrito por moradores como “intenso”, com pneus queimados para chamar a atenção da polícia.
O caso ganhou repercussão internacional, com cobertura de veículos como El País e The New York Times, e expôs a gravidade da guerra entre facções no Rio, além das falhas na segurança pública, como a vulnerabilidade de helicópteros policiais com blindagem parcial. A tragédia no Morro São João, somada à crise de violência na Zona Norte, reforçou a pressão por ações mais eficazes contra o tráfico, culminando na instalação da 13ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Morro dos Macacos em novembro de 2010.

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