Em 15 de setembro de 2009, um caso chocante na prisão de Lucasville, Ohio, chamou a atenção do mundo: Romell Broom, um condenado no corredor da morte, sobreviveu a uma tentativa de execução por injeção letal após a equipe prisional falhar 18 vezes em encontrar uma veia viável para administrar os medicamentos letais. O incidente, que durou cerca de duas horas, foi descrito como angustiante, com Broom chorando de dor e até tentando ajudar os carrascos a localizar uma veia, esfregando o braço e virando-se de lado. Após repetidas tentativas frustradas, que incluíram perfurações em braços, pernas, mãos e tornozelos, a execução foi cancelada, e Broom foi devolvido à sua cela, marcando um raro caso de sobrevivência a uma tentativa de execução nos Estados Unidos.
Broom, condenado em 1984 pelo sequestro, estupro e assassinato de Tryna Middleton, uma adolescente de 14 anos, enfrentava a pena de morte em um estado conhecido por adotar a injeção letal como método principal desde 1999. A falha na execução expôs problemas graves no protocolo de injeção letal de Ohio, especialmente na administração do coquetel de três drogas (tiopental sódico, brometo de pancurônio e cloreto de potássio), que deveria garantir uma morte rápida e indolor. Um médico que examinou Broom após o incidente classificou as 18 tentativas como "entre negligência médica e agressão", segundo o Death Penalty Information Center.
O caso gerou indignação e reacendeu o debate sobre a constitucionalidade da injeção letal, considerada por muitos como um método “humano” em comparação com a cadeira elétrica ou câmara de gás. Críticos apontaram que a incapacidade de encontrar uma veia viável, somada à falta de treinamento adequado dos técnicos, resultou em sofrimento desnecessário, violando a Oitava Emenda da Constituição dos EUA, que proíbe punições cruéis e incomuns. Broom tentou contestar uma segunda tentativa de execução, argumentando que seria inconstitucional, mas, em 2016, a Suprema Corte de Ohio decidiu que as tentativas de acesso venoso não constituíam a execução em si, permitindo que o estado prosseguisse.
Embora Broom tenha escapado da execução em 2009, sua história terminou de forma inesperada. Após uma nova data de execução marcada para 2022, ele morreu em dezembro de 2020, de complicações suspeitas de Covid-19, antes que o estado pudesse realizar outra tentativa. O caso de Broom permanece como um marco na história do sistema de pena de morte americano, destacando as falhas da injeção letal, que, entre 1982 e 2010, teve uma taxa de 7,1% de execuções mal-sucedidas, a mais alta entre todos os métodos de execução nos EUA.
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