Prisão de PMs no Caso Patrícia Amieiro: Um Passo Rumo à Justiça

Roberto Farias
By -
0
Em 24 de junho de 2009, quatro policiais militares suspeitos de envolvimento no desaparecimento da engenheira Patrícia Amieiro Franco, de 24 anos, foram presos no Rio de Janeiro. A detenção, decretada pelo juiz Fábio Uchôa, do 1º Tribunal do Júri, ocorreu quase um ano após o sumiço da jovem, em 14 de junho de 2008, na Barra da Tijuca. Os acusados, Marcos Paulo Nogueira Maranhão, Willian Luís do Nascimento, Fábio da Silveira Santana e Márcio Oliveira dos Santos, foram levados ao Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica, zona norte da cidade. A prisão reacendeu esperanças de justiça no caso, que mobilizou o movimento “Cadê Patrícia?”, criado por familiares e amigos para cobrar respostas.
Patrícia desapareceu após sair de uma festa no Morro da Urca e dirigir rumo à sua casa na Barra. Seu Fiat Palio foi encontrado no Canal de Marapendi, com marcas de tiros, vidro traseiro quebrado, porta-malas aberto e cinto de segurança afivelado, mas sem vestígios de sangue ou do corpo. A denúncia do Ministério Público aponta que Marcos Paulo e Willian, em serviço na Autoestrada Lagoa-Barra, atiraram contra o veículo, supostamente confundindo Patrícia com traficantes. Os disparos fizeram a engenheira perder o controle do carro, que colidiu contra postes e uma mureta. Segundo a acusação, os quatro PMs, em seguida, ocultaram o corpo em local até hoje desconhecido, configurando homicídio e fraude processual para Marcos e Willian, e fraude processual para Fábio e Márcio.
A prisão foi celebrada como um avanço pelo chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski, que afirmou: “O crime está solucionado. Falta encontrar o corpo para que a família faça um enterro digno.” Perícias confirmaram que projéteis no carro eram compatíveis com as armas dos PMs, reforçando a tese da Polícia Civil contra a versão dos acusados, que alegaram que Patrícia sofreu um acidente e o corpo caiu na lagoa. O movimento “Cadê Patrícia?” intensificou protestos, exigindo agilidade na Justiça e a localização dos restos mortais da jovem.
Apesar do otimismo inicial, a trajetória do caso revelou a lentidão do sistema judicial brasileiro. Em setembro de 2009, os PMs foram soltos por decisão do juiz Uchôa, que considerou não haver motivos para mantê-los presos. O julgamento, iniciado em 2019, após 11 anos, foi anulado em 2022 devido ao surgimento de uma nova testemunha, um taxista que viu Patrícia ser retirada viva do carro. Um novo júri, marcado para 2025, foi adiado, frustrando a família, que perdeu o pai de Patrícia, Antônio Celso, em 2021, sem ver os responsáveis condenados. Tânia Amieiro, mãe da vítima, segue lutando: “Vamos ter justiça pela memória da minha filha e do meu marido.”

Postar um comentário

0Comentários

Não deixe de comentar !!!!!!

Postar um comentário (0)