O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou sobre a operação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortes — sendo 117 civis e 4 agentes de segurança. Em declaração pública, Lula classificou o episódio como uma “matança” e defendeu uma investigação independente para esclarecer os fatos.
“A decisão do juiz era uma ordem de prisão, não uma ordem de matança”, afirmou o presidente, destacando a necessidade de apurar se houve abuso de autoridade ou desvio da finalidade judicial.
A operação, considerada a mais letal da história do estado, foi autorizada pela Justiça com o objetivo de desarticular o Comando Vermelho, uma das principais facções criminosas do país. No entanto, o número elevado de mortos e a ausência de perícia externa em muitos dos corpos levantaram suspeitas sobre a condução da ação.
Lula revelou que o governo federal está articulando a participação de legistas da Polícia Federal para garantir imparcialidade nas análises dos óbitos. Segundo ele, “muitos corpos foram enterrados sem perícia de outro órgão”, o que compromete a transparência do processo.
A fala do presidente reacende o debate sobre o uso da força policial em comunidades periféricas e o papel do Estado na proteção dos direitos humanos. Organizações civis e especialistas em segurança pública também têm cobrado maior controle sobre operações que resultam em alto número de vítimas.
Enquanto o governo estadual defende a legalidade da ação, o governo federal sinaliza que não aceitará omissões. Lula reforçou que “é preciso verificar em que condições essa matança se deu”, indicando que o episódio não será ignorado.
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