A prisão de Alessandro Stefanutto, ex-presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em 13 de novembro de 2025, escancarou um dos maiores esquemas de corrupção já identificados no sistema previdenciário brasileiro. A ação foi parte da nova fase da Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), e autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
🔍 O que motivou a prisão?
Stefanutto é acusado de autorizar, de forma irregular, descontos em benefícios previdenciários de mais de 34 mil aposentados e pensionistas. Esses descontos eram repassados a sindicatos e associações que, em muitos casos, os beneficiários sequer conheciam ou haviam autorizado. O mais grave: ele teria ignorado um parecer jurídico interno que recomendava expressamente a suspensão desses repasses.
A estimativa é de que o esquema tenha causado um rombo de R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos, configurando um dos maiores desvios já registrados na história do INSS.
🧩 Como funcionava o esquema?
- Associações e sindicatos firmavam convênios com o INSS para descontar mensalidades diretamente dos benefícios dos segurados.
- Muitos desses convênios eram fraudulentos ou abusivos, com cobranças feitas sem consentimento.
- Stefanutto teria autorizado os repasses mesmo após alertas técnicos e jurídicos, favorecendo essas entidades.
- Em troca, segundo as investigações, haveria benefícios pessoais e políticos para os envolvidos.
🧑⚖️ A operação e os desdobramentos
A operação cumpriu 63 mandados de busca e apreensão e 10 mandados de prisão preventiva em diversos estados. A prisão de Stefanutto foi autorizada pelo ministro André Mendonça, do STF, que considerou haver indícios robustos de participação ativa no esquema.
Stefanutto já havia sido afastado do cargo em abril de 2025 e exonerado logo depois, mas sua prisão marca um novo capítulo na investigação. Durante sua participação na CPMI que apurava o caso, ele protagonizou momentos de tensão, incluindo discussões com parlamentares, o que levou à suspensão da sessão.
🧓 Impacto direto nos aposentados
O escândalo afetou diretamente milhares de aposentados e pensionistas, que viram seus benefícios reduzidos por cobranças indevidas. Muitos relataram dificuldades financeiras e falta de informação sobre os descontos. A CGU e o INSS iniciaram um processo de revisão dos convênios e prometem ressarcir os valores cobrados indevidamente.
🏛️ Repercussão política
O caso gerou forte repercussão no Congresso Nacional. Parlamentares da base e da oposição cobraram maior transparência na gestão do INSS e a criação de mecanismos mais rígidos de controle sobre convênios com entidades privadas. Há também pressão para que os envolvidos sejam responsabilizados civil e criminalmente.
📌 Conclusão
A prisão de Alessandro Stefanutto é um marco na luta contra a corrupção no sistema previdenciário brasileiro. O caso evidencia a necessidade urgente de reformas estruturais no INSS, maior fiscalização sobre convênios com entidades de classe e, sobretudo, respeito aos direitos dos aposentados — que não podem ser tratados como alvos fáceis de esquemas fraudulentos.
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