Em 1º de junho de 2025, a Ucrânia executou uma manobra militar surpreendente, a "Operação Teia de Aranha", que se destaca como um dos ataques mais ousados e engenhosos do conflito contra a Rússia. Planejada durante 18 meses, sob a supervisão direta do presidente Volodymyr Zelensky e do chefe do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), Vasyl Malyuk, a operação utiliz 117 drones FPV (First Person View) para atingir bases aéreas russas em uma demonstração de astúcia e precisão. O objetivo? Desferir um golpe devastador na aviação estratégica russa, responsável por bombardeios contra cidades ucranianas.
A estratégia foi digna de um roteiro épico: drones foram contrabandeados para o território russo, escondidos em compartimentos de madeira engenhosamente projetados, montados sobre caminhões. Esses "cavalos de Troia" modernos circularam despercebidos até as proximidades de quatro bases aéreas cruciais: Belaya, na longínqua Sibéria; Olenya, na região ártica de Murmansk; Dyagilevo, próximo a Moscou; e Ivanovo, também no coração da Rússia. No momento exato, os tetos dos contêineres se abriram remotamente, liberando os drones para ataques precisos. O resultado foi avassalador: 41 aeronaves russas, incluindo bombardeiros estratégicos Tu-95 e Tu-22M, usados para lançar mísseis de longo alcance, e aviões de vigilância A-50, foram destruídos ou danificados. O prejuízo estimado pela Ucrânia ultrapassa US$ 7 bilhões, um duro golpe para a capacidade aérea e nuclear russa, já que muitos desses aviões, como o Tu-95, não são mais produzidos.
A logística da operação foi um feito notável. Durante um ano e meio, a SBU planejou cada detalhe, desde o transporte secreto dos drones até a evacuação segura dos agentes envolvidos antes do ataque. A ousadia se intensificou com a revelação de Zelensky: o centro de comando da operação, ou "escritório", foi montado próximo a uma unidade do FSB, o serviço de segurança russo, em uma de suas regiões, desafiando o inimigo em seu próprio quintal. Apesar da Rússia classificar o ataque como "terrorista" e confirmar incêndios em bases como Belaya e Olenya, não houve relatos de vítimas civis, e os focos de fogo foram contidos, segundo o Ministério da Defesa russo.
A Operação Teia de Aranha ocorreu na véspera de negociações de paz em Istambul, sinalizando a determinação da Ucrânia em pressionar a Rússia militarmente e diplomaticamente. Zelensky celebrou o "resultado absolutamente brilhante", destacando que a ação foi conduzida exclusivamente por forças ucranianas, sem apoio ocidental direto, reforçando a autonomia e a inovação do país. Especialistas, como o professor Philip O'Brien, da Universidade de St Andrews, chamaram o ataque de "o mais notável da guerra", sublinhando o impacto na aviação estratégica russa. Em um conflito que já dura mais de três anos, a Ucrânia provou, com criatividade e coragem, que pode tecer uma teia capaz de abalar até as forças mais poderosas.
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