Na última terça-feira, 13 de maio de 2025, o Senado foi palco de um dos momentos mais comentados da CPI das Bets, que investiga o universo das apostas online no Brasil. A influenciadora Virgínia Fonseca, com uma legião de mais de 53 milhões de seguidores no Instagram, roubou a cena ao depor por mais de três horas sobre sua participação em campanhas publicitárias de sites de apostas, como o famoso jogo "Tigrinho". O que era para ser uma sessão séria sobre os impactos sociais e financeiros das bets virou um misto de embate, tietagem e memes que incendiaram as redes sociais.
Convocada desde dezembro de 2024 pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI, Virgínia chegou ao Senado amparada por um habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, que lhe garantiu o direito de ficar calada para não se incriminar. Durante o depoimento, iniciado às 11h20 e encerrado às 14h40, a influenciadora negou veementemente lucrar com as perdas de seus seguidores – a chamada "cláusula da desgraça" – e afirmou que suas propagandas eram para empresas regulamentadas, usando contas fornecidas pelas próprias plataformas.
O clima esquentou quando Virgínia questionou a lógica das críticas: “Se as bets são tão ruins, por que não proíbem logo? Times de futebol e TVs também fazem propaganda, vão investigar eles?”. A resposta direta arrancou reações nas redes, com posts no X dividindo opiniões entre apoio à influenciadora e críticas à condução da CPI. Outro momento marcante foi a troca de farpas indireta com a atriz Luana Piovani, que já havia alfinetado Virgínia publicamente. A sogra de Virgínia, Poliana Rocha, saiu em sua defesa, enquanto a influenciadora se limitou a pedir desculpas por “se estressar” durante a sessão.
Mas nem tudo foi confronto. A CPI teve momentos que mais pareceram um encontro de fãs: o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) gravou um vídeo com Virgínia, e outros parlamentares trocaram elogios com a influencer, o que rendeu acusações de transformar a investigação em um “circo”. A relatora Soraya Thronicke, no entanto, defendeu a importância do depoimento, destacando que Virgínia foi a primeira influenciadora a falar voluntariamente, trazendo luz ao debate sobre a regulamentação das apostas online – já que bani-las parece fora de cogitação.
A CPI das Bets segue investigando outros nomes, como o ex-BBB Felipe Prior, e busca relatórios do Coaf sobre movimentações financeiras suspeitas. Para Virgínia, o risco de indiciamento parece baixo, já que ela alega apenas criar conteúdo publicitário dentro da lei. Ainda assim, o episódio reacende uma discussão urgente: até que ponto influenciadores, com seu poder de alcance, devem ser responsabilizados pelo impacto de suas propagandas? Enquanto isso, Virgínia voltou à sua rotina nas redes como se nada tivesse acontecido, mas o eco do depoimento continua reverberando.
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