Uma história de luta e resiliência está movimentando a Itália e o mundo. Aline Pereira Ghammachi, uma freira nascida no Amapá, Brasil, tornou-se notícia ao ser afastada do posto de madre-abadessa do Mosteiro San Giacomo di Veglia, perto de Veneza. Em 2018, aos 33 anos, ela assumiu a liderança do mosteiro, sendo a mais jovem abadessa da Itália. Porém, em abril de 2025, denúncias anônimas ao Vaticano, acusando-a de manipulação e maus-tratos, resultaram em sua destituição. Aline rebate com firmeza: sua saída foi motivada por preconceitos contra sua aparência, juventude e origem brasileira, em um caso marcado por machismo e discriminação.
As críticas à sua liderança começaram com comentários desrespeitosos, como os do frei Mauro Giuseppe Lepori, líder da ordem monástica, que a considerava “bonita demais” para ser freira ou abadessa. Para Aline, isso reflete uma visão ultrapassada que desvaloriza sua competência. Em 2023, uma investigação inicial rejeitou as acusações contra ela, mas o caso foi reaberto. Em 2024, uma nova análise, sem embasamento psicológico ou provas concretas, a rotulou como “desequilibrada” e sugeriu temor das irmãs. A decisão de afastá-la veio após a morte do papa Francisco, e uma abadessa de 81 anos assumiu seu lugar.
O impacto foi avassalador: 11 das 22 freiras abandonaram o mosteiro em apoio a Aline, algumas em situação vulnerável, sem documentos. Elas denunciam um ambiente de difamação que remete a tempos obscuros. A freira Maria Paola Dal Zotto saiu em defesa de Aline, enaltecendo sua dedicação. Agora, abrigada com suas companheiras em uma villa, Aline apela ao Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, exigindo o direito de se defender. Ela planeja seguir com projetos sociais, mesmo que precise deixar os votos monásticos, e desafia o estereótipo de que juventude e beleza incompatibilizam liderança.
A história ultrapassou fronteiras. A imprensa italiana, com destaque para um especial da RAI chamado “Freira rebelde: bela demais para liderar?”, colocou Aline no centro do debate. Há até planos para um filme sobre sua trajetória. Com esperança no novo papa Leão XIV, defensor dos direitos humanos, ela busca justiça. Aline é um símbolo de resistência, provando que a força de uma mulher não se curva a julgamentos injustos.
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