A pacata cidade de Pirenópolis, em Goiás, foi abalada por um crime chocante no Morro do Frota, uma área de preservação ambiental. Loanne Rodrigues da Silva Costa, uma estudante de enfermagem de 19 anos, e seu padrasto, Joaquim Lourenço da Luz, de 47, foram encontrados mortos, vítimas de uma explosão de dinamite. Segundo o laudo da Polícia Civil, o explosivo, colocado entre os dois, causou a morte de ambos, com o corpo de Loanne gravemente dilacerado. O delegado Rodrigo Luiz Jayme, responsável pelo caso, aponta que a principal hipótese é que Joaquim tenha planejado o crime.
A cena do crime revelou detalhes perturbadores: Loanne estava amarrada a uma árvore com uma corda, enquanto Joaquim tinha o pé acorrentado. Pertences como uma barraca, um colchão e uma corrente pertenciam ao padrasto, e a dinamite era proveniente da pedreira onde ele trabalhava. Uma faca encontrada no local não apresentava vestígios de sangue. Testemunhas relataram ter visto Joaquim no morro horas antes, reforçando a suspeita de premeditação. “Tudo indica que ele organizou o ato, mas ainda investigamos se houve outros envolvidos”, afirmou o delegado.
A investigação também trouxe à tona um possível motivo: ciúmes. Segundo Jayme, Joaquim demonstrava comportamento possessivo em relação à enteada. Uma testemunha relatou que ele já havia agredido Loanne em maio daquele ano, enquanto outra mencionou episódios de vigilância e nervosismo. A mãe de Loanne, Sandra Rodrigues da Silva, de 37 anos, esposa de Joaquim, foi ouvida pela polícia, mas negou acreditar na culpa do marido, apesar de estar em choque. “Ela está arrasada, sob medicação”, relatou um amigo da família.
O caso ganhou contornos ainda mais trágicos com o depoimento de Luan Rodrigues, irmão de Loanne, de 17 anos, que descreveu a relação entre a irmã e o padrasto como afetuosa, “como pai e filha”. Ele disse não ter notado nada fora do comum. O pai biológico de Loanne, Joeli Aparecido da Costa, também defendeu Joaquim, destacando seu caráter e o carinho pela enteada. “Era uma excelente pessoa, todos gostavam dele”, afirmou, recordando o sonho da filha de ser socorrista e trabalhar no Samu.
Os corpos foram velados com caixões fechados na madrugada de 18 de outubro e enterrados no cemitério de Pirenópolis, em uma cerimônia marcada por comoção e a presença de centenas de pessoas. Sandra, devastada pela perda dupla, acompanhou o funeral em estado de choque. “Estou sem chão”, desabafou ao G1.
A tragédia começou quando Loanne e Joaquim foram ao Morro do Frota na tarde de 16 de outubro, supostamente para tirar fotos. Sandra os deixou no local, e eles seguiram a pé. Como não retornaram, familiares acionaram o Corpo de Bombeiros, que mobilizou 18 militares. Os corpos só foram encontrados no dia seguinte por um transeunte, junto a pertences como celulares, uma bolsa e uma barraca queimada a 100 metros dali.
O caso, que chocou a cidade conhecida por suas belezas naturais, levanta questões sobre ciúmes, violência doméstica e premeditação. Enquanto a polícia segue investigando, a memória de Loanne, uma jovem sonhadora, e o mistério em torno das intenções de Joaquim continuam a ecoar em Pirenópolis.
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