Pelo menos 34 pessoas foram mortas e 209 ficaram feridas no Egito neste domingo (6) durante violentos confrontos entre apoiadores do presidente deposto Mohamed Morsi, opositores do ex-líder islamista e forças de segurança, segundo o balanço do Ministério da Saúde egípcio, divulgado pela agência EFE. Uma fonte de segurança citada pela Reuters, no entanto, sugere que o número de vítimas pode ser maior, chegando a 44 mortos.
De acordo com Khaled al-Khatib, diretor do Departamento de Emergência do Ministério da Saúde, 30 das mortes ocorreram no Cairo, com maior incidência nos bairros de Mohandisin, Dokki, Ramses e no centro da cidade. Outras três mortes foram registradas em Beni Suef e uma na província de Minia, ambas ao sul da capital. Os confrontos, que marcaram o aniversário da Guerra do Yom Kippur de 1973, intensificaram-se em meio a protestos rivais: apoiadores de Morsi, ligado à Irmandade Muçulmana, tentaram marchar rumo à Praça Tahrir, ocupada por manifestantes anti-Morsi e forças de segurança.
A violência eclodiu após a deposição de Morsi, em 3 de julho, por um golpe militar liderado pelo general Abdel Fatah al-Sisi, após protestos em massa contra seu governo. A Irmandade Muçulmana, que convocou um “Dia da Rejeição” contra o golpe, enfrentou repressão severa, com relatos de uso de gás lacrimogêneo, tiros de chumbinho e munição letal pelas forças de segurança. A agência estatal MENA relatou que 423 pessoas foram detidas no Cairo e em Giza, muitas delas portando armas, incluindo fuzis automáticos, segundo o Ministério do Interior.
Enquanto os anti-Morsi celebravam a intervenção militar em Tahrir, os apoiadores do ex-presidente denunciaram a repressão como um ataque à legitimidade democrática, exigindo sua restauração. O Egito permanece profundamente dividido, com a Irmandade Muçulmana enfrentando prisões em massa e a proibição de suas atividades, enquanto o governo interino, apoiado pelo exército, avança com uma transição política que exclui os islamistas. A escalada da violência levanta temores de mais instabilidade, especialmente com o início do Ramadã, que pode intensificar as tensões.
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