O presidente da Síria, Bashar al-Assad, anunciou que pretende começar a entregar informações sobre o arsenal químico do país a organismos internacionais um mês após Damasco aderir à convenção internacional contra armas químicas. A declaração foi feita em entrevista à TV russa, conforme divulgado pela agência RIA.
Assad destacou que a decisão de colocar as armas químicas sob controle internacional foi motivada pela proposta da Rússia, e não pelas ameaças dos Estados Unidos. Ele também apelou para que os EUA cessem as ameaças ao seu governo e parem de apoiar os rebeldes que combatem o regime sírio.
A proposta russa, que prevê a entrega do arsenal químico sírio à ONU, está sendo negociada com os EUA, que decidiram adiar um possível ataque militar às forças sírias enquanto analisam o plano. O presidente americano, Barack Obama, havia anunciado represálias contra o regime sírio após um ataque químico em 21 de agosto, que matou pelo menos 1.429 civis nos subúrbios de Damasco.
O regime sírio nega envolvimento no ataque e acusa grupos terroristas ligados à Al-Qaeda de tentarem desestabilizar o país. A guerra civil na Síria, que já dura mais de 30 meses, resultou na morte de pelo menos 110 mil pessoas, além de gerar uma crise humanitária e de refugiados que ameaça a estabilidade política da região.
Enquanto isso, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, desembarcou em Genebra para discutir os detalhes da proposta russa com o chanceler russo, Sergei Lavrov. Autoridades norte-americanas insistem que o acordo deve obrigar Damasco a tomar medidas rápidas, incluindo a apresentação de um inventário público e completo do arsenal químico.
O presidente russo, Vladimir Putin, também se posicionou contra uma intervenção militar na Síria, argumentando que isso poderia aumentar a violência, desencadear uma nova onda de terrorismo e desestabilizar ainda mais o Oriente Médio.
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