Na noite de 16 de agosto de 2013, Arles Gonçalves Júnior, presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-SP, afirmou que Marcelo Pesseghini, um adolescente de 13 anos suspeito de assassinar os pais, a avó e a tia-avó na Brasilândia, zona norte de São Paulo, teria sido influenciado por longas horas jogando videogame, especialmente Assassin’s Creed. Em entrevista ao sair do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Arles classificou o caso como um “divisor de águas” na crônica policial brasileira, destacando a necessidade de reflexão por parte de pais, policiais e imprensa.
Acompanhando as investigações, o advogado garantiu que o trabalho do DHPP está sendo conduzido com transparência e rigor. Segundo ele, os indícios apontam exclusivamente para Marcelo como autor da chacina, descartando a participação de terceiros ou indução externa. A tragédia, ocorrida entre a noite de 4 e a madrugada de 5 de agosto, vitimou o sargento da Rota Luís Pesseghini, a cabo da PM Andréia Regina Bovo Pesseghini, a avó Benedita Oliveira Bovo e a tia-avó Bernadete Oliveira da Silva. Após os crimes, Marcelo teria dirigido o carro da mãe até a escola, assistido às aulas e retornado para casa, onde se suicidou.
Arles destacou que os depoimentos de 31 testemunhas, incluindo seis amigos do adolescente, reforçam a tese policial. Colegas de escola relataram que Marcelo expressava desejo de matar os pais e se tornar um “matador de aluguel”. Um amigo revelou que, horas antes do crime, o garoto telefonou anunciando seu plano, mas não foi levado a sério. O advogado também apontou uma mudança no comportamento de Marcelo, associada ao uso intenso de videogames. No Facebook, o adolescente adotou, um mês antes do crime, a imagem de um assassino de Assassin’s Creed como foto de perfil, sua última atualização na rede.
Embora a Ubisoft, desenvolvedora do jogo, tenha repudiado a associação com o crime, Arles acredita que os laudos periciais, aguardados para a semana seguinte, confirmarão a responsabilidade de Marcelo. Ele enfatizou que o caso expõe a necessidade de maior atenção ao impacto de jogos violentos em jovens.
Denúncias de Corrupção na PM
Paralelamente, o caso ganhou outra dimensão com denúncias envolvendo a cabo Andréia. O deputado estadual Major Olímpio Gomes (PDT) revelou que ela foi convidada por PMs do 18º Batalhão para participar de furtos a caixas eletrônicos, mas recusou e denunciou os colegas ao capitão Fábio Paganotto em 2012. A investigação não avançou, e Paganotto foi transferido para o 9º Batalhão. O comandante do 18º Batalhão, coronel Wagner Dimas, inicialmente confirmou a colaboração de Andréia em investigações contra PMs, mas recuou, alegando confusão em entrevista à Rádio Bandeirantes. Dimas foi afastado do comando, oficialmente por motivos médicos, embora Olímpio sugira pressão da Secretaria de Segurança Pública. O corregedor da PM, coronel Rui Conegundes, foi informado das denúncias, mas a corporação nega registros oficiais.
Apesar das suspeitas de corrupção, Arles Gonçalves Júnior reiterou que a investigação do DHPP não encontrou evidências de vingança ou envolvimento de terceiros na chacina, mantendo o foco em Marcelo como único suspeito.
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