Um estudo envolvendo mais de 45 mil mulheres na Dinamarca, publicado em julho de 2012 na revista Archives of General Psychiatry, revelou uma conexão intrigante: mulheres infectadas pelo parasita Toxoplasma gondii, transmitido pelas fezes de gatos, apresentam um risco elevado de tentar o suicídio. “Não podemos afirmar com certeza que o Toxoplasma gondii leva mulheres a tentarem tirar a própria vida”, explicou o professor Teodor Postolache, da Escola de Medicina da Universidade de Maryland, principal autor da pesquisa. “No entanto, identificamos uma associação preditiva que justifica estudos mais profundos. Pretendemos seguir investigando essa possível relação”, acrescentou.
Estima-se que cerca de um terço da população mundial esteja infectado por esse parasita, que já foi associado à esquizofrenia e a alterações de comportamento. Muitas vezes assintomático, o Toxoplasma gondii se aloja no cérebro e nos músculos. A infecção pode ocorrer ao limpar caixas de areia de gatos, consumir vegetais não lavados, ingerir carne crua ou mal cozida ou beber água contaminada.
A pesquisa apontou que mulheres infectadas têm uma probabilidade uma vez e meia maior de tentar o suicídio em comparação com as não infectadas, com o risco aumentando conforme os níveis de anticorpos do parasita crescem. Mesmo a presença de transtornos mentais preexistentes não alterou significativamente os resultados. O estudo destacou ainda que o risco foi especialmente alto para tentativas de suicídio envolvendo métodos violentos.
Os perigos do Toxoplasma gondii ganharam destaque em março de 2012, em um artigo amplamente lido da revista The Atlantic, intitulado “Como seu gato está te enlouquecendo”. A matéria explorava as teorias do biólogo tcheco Jaroslav Flegr, que sugere que o parasita pode estar alterando o cérebro humano, e tornou-se uma das publicações mais acessadas da história da revista. O tema levanta questões sobre saúde, comportamento e a relação com animais de estimação, pedindo mais atenção e pesquisa.
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