Na tarde de 8 de maio de 2012, uma tragédia abalou o estado de Goiás com a queda de um helicóptero da Polícia Civil em uma fazenda na zona rural de Piranhas, a 325 km de Goiânia. A aeronave, um AgustaWestland AW119MKII, transportava oito pessoas que retornavam de Doverlândia, onde participavam da reconstituição de uma chacina que vitimou sete pessoas em 28 de abril. Todos os ocupantes morreram no acidente, que ocorreu por volta das 16h, deixando um impacto profundo na comunidade e na corporação.
Entre as vítimas estava o delegado Vinícius Batista da Silva, de 33 anos, titular em Iporá e responsável pelo inquérito da chacina de Doverlândia. Seu corpo, único encontrado fora da aeronave, foi resgatado pelos bombeiros na manhã de 9 de maio, segundo o coronel Helbigen Júnior, comandante do Corpo de Bombeiros no local. Os outros sete corpos, consumidos pelo fogo e dilacerados pelo impacto, permaneciam no interior dos destroços, aguardando liberação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) para resgate. O Instituto Médico-Legal (IML) de Goiânia trabalhou em força-tarefa para identificar as vítimas, mas a condição dos corpos dificultava o processo.
Os outros ocupantes eram: Antônio Gonçalves Pereira dos Santos, superintendente da Polícia Judiciária; Bruno Rosa Carneiro, delegado e chefe-adjunto do Grupo Aeropolicial; Osvalmir Carrasco Melati Júnior, piloto da aeronave; Jorge Moreira da Silva, delegado de Repressão a Roubos de Cargas; os peritos criminais Marcelo de Paula Oliveira e Fabiano de Paula Silva; e Aparecido de Souza Alves, de 22 anos, principal suspeito da chacina. O grupo realizava a segunda etapa da reconstituição do crime, utilizando manequins para simular as mortes na fazenda Nossa Senhora Aparecida.
O Cenipa, responsável pela investigação, coletou peças e documentos da aeronave para apurar as causas do acidente, que abriu uma cratera de 1,5 metro no solo. Em 2016, o relatório final (A-061/CENIPA/2013) apontou falha no motor como causa principal, além de excesso de peso e manutenção inadequada, com a aeronave ultrapassando em 10h40min o programa de manutenção do fabricante. O secretário de Segurança Pública, João Furtado Neto, sugeriu que a perda de uma pá do motor principal contribuiu para o desastre. O Cenipa recomendou à Secretaria de Segurança Pública de Goiás a criação de uma unidade aérea estruturada e um programa de treinamento para pilotos.
O governador Marconi Perillo visitou o local na manhã de 9 de maio, enquanto a Polícia Civil e a comunidade goiana lamentavam a perda. Em 2018, o Estado de Goiás foi condenado a pagar R$ 900 mil em indenização por danos morais aos filhos do perito Fabiano de Paula Silva, reforçando o impacto duradouro da tragédia. O caso, que chocou o país, levantou debates sobre a segurança de operações aéreas policiais e a manutenção de aeronaves.
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