Tragédia em Piranhas interrompe investigação da chacina de Doverlândia

TimeCras
Roberto Farias
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A queda de um helicóptero da Polícia Civil de Goiás, ocorrida na tarde de terça-feira (8), a cerca de 35 quilômetros de Piranhas, no sudoeste goiano, interrompeu de forma abrupta e trágica a reconstituição da chacina de Doverlândia — um dos crimes mais brutais registrados no estado. O acidente vitimou oito pessoas, entre elas delegados, peritos criminais e o principal suspeito do assassinato de sete pessoas, Aparecido de Souza Alves, de 22 anos.

🚁 Missão interrompida

A aeronave transportava os profissionais envolvidos na reprodução simulada dos fatos ocorridos em 28 de abril, quando sete pessoas foram degoladas em uma fazenda na zona rural de Doverlândia. Entre os mortos estão o superintendente da Polícia Judiciária de Goiás, delegado Antônio Gonçalves Pereira dos Santos, e os delegados Bruno Rosa Carneiro, Osvalmir Carrasco Melati Júnior, Jorge Moreira da Silva e Vinícius Batista da Silva. Também faleceram os peritos Marcel de Paula Oliveira e Fabiano de Paula Silva, além de Aparecido Alves, que havia confessado o crime.

Até a manhã de quarta-feira (9), apenas o corpo do delegado Vinícius Batista havia sido encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia. O acesso ao local do acidente é extremamente difícil, o que tem atrasado os trabalhos de resgate. Equipes de Iporá e Rio Verde atuam na remoção dos corpos, com o apoio de geradores e um centro de comando montado na região.

⚖️ Investigações continuam

Apesar da morte do principal suspeito, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás confirmou que as investigações da chacina prosseguem. Há indícios de que outras pessoas possam estar envolvidas no crime. Durante a reconstituição, Aparecido chegou a afirmar que teve ajuda do pai nas execuções, embora essa hipótese seja considerada improvável pela polícia. O pai do suspeito alegou estar em uma cooperativa no momento dos assassinatos, o que tornaria sua participação logística inviável.

Aparecido havia mudado sua versão dos fatos diversas vezes, o que levou a polícia a realizar novos exames psicológicos para traçar seu perfil. Entre os elementos que o ligam ao crime estão o celular de uma das vítimas, roupas sujas de sangue e terra, além de armas encontradas na casa de seu pai — uma delas roubada da fazenda onde ocorreu a chacina.

🕯️ Luto e comoção

O governador Marconi Perillo decretou luto oficial de três dias em respeito às vítimas da tragédia. A Polícia Civil, embora mantenha o atendimento ao público, reconhece que o clima é de profunda tristeza. O delegado-chefe de comunicação da corporação, Norton Ferreira, expressou o impacto emocional vivido pelos colegas: “Aprendemos a lidar com a dor dos outros, mas não com a nossa própria quando ela invade nossa casa.”

A tragédia de Piranhas não apenas interrompeu uma investigação crucial, como também deixou um vazio irreparável na segurança pública goiana. A busca por respostas continua — agora marcada pela dor, pela perda e pela necessidade de justiça.


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