Pillay enfatizou a extrema urgência de que a comunidade internacional rompa laços políticos com o governo de Bashar al-Assad, adotando a mesma postura já seguida por países da União Europeia, do Golfo Pérsico e dos Estados Unidos. Ela defendeu ainda que medidas eficazes sejam implementadas para proteger os sírios, uma vez que a inércia e a falta de ação efetiva do Conselho de Segurança da ONU, paralisado pelos vetos da Rússia e da China, parecem incentivar o governo a intensificar a repressão contra sua própria população.
Em comunicado, a Alta Comissária reafirmou que há indícios suficientes para caracterizar os ataques como crimes contra a humanidade e ressaltou a alarmante deterioração da situação humanitária. Hospitais, que já vinham enfrentando dificuldades para atender o grande número de vítimas, encontram-se agora sobrecarregados ou completamente inacessíveis, forçando os civis de Homs a estabelecerem hospitais de campanha. A cidade, considerada o epicentro da rebelião, tem sofrido com o isolamento de áreas importantes pelas forças de segurança por longos períodos.
Embora não tenha sido divulgado um novo balanço de vítimas — sendo que o último dado da ONU apontava mais de 5,4 mil mortos há um mês — Pillay alertou que a escala e a gravidade das violações podem se configurar como crimes contra a humanidade. Ela lembrou que, para esses delitos, não há prescrição, e que os esforços para fazer justiça às vítimas continuarão enquanto forem necessários. Em momentos anteriores, a Alta Comissária já havia instado o Conselho de Segurança a remeter o caso da Síria ao Tribunal Penal Internacional, ressaltando como os protestos pacíficos em busca de liberdades democráticas se transformaram em um verdadeiro banquete de sangue, cuja dimensão total a comunidade internacional ainda luta para compreender devido à dificuldade de acesso para a imprensa e organizações humanitárias.
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