Na manhã de segunda-feira, 9 de abril de 2012, a pacata cidade de Castro Alves, localizada a 190 km de Salvador, viveu momentos de pavor durante um assalto ousado a uma agência bancária. Dez criminosos, fortemente armados com armas de grosso calibre, espalharam terror pela cidade, fizeram reféns e trocaram tiros em plena praça pública. Até esta terça-feira, 10 de abril, a polícia segue sem pistas dos suspeitos, que estão sendo procurados em uma mata fechada da região.
O ataque começou na delegacia local, onde os assaltantes dispararam contra carros, pneus e até dentro do prédio, forçando os policiais a recuarem. “O pessoal daqui da delegacia saiu correndo e anunciando: assalto, assalto. O escrivão estava sentado, cumprindo seus deveres, e eles já chegaram atirando na parede”, relatou o administrador Gerson Oliveira. Em seguida, o grupo invadiu a agência bancária, rendendo funcionários e clientes. O vigilante foi amarrado e colocado na carroceria de uma camionete, enquanto os criminosos saqueavam o local.
Durante os 40 minutos de ação, os assaltantes atiraram indiscriminadamente na praça central, onde dezenas de pessoas se aglomeravam. “Foi um terror”, descreveu o radialista Everaldo Magalhães, que estava no banco durante o assalto. “A sorte nossa foi que o tiro não pegou em ninguém lá dentro. Mas na praça, eles atiravam sem parar”, completou. Imagens mostram que uma mulher integrava o bando, que obrigou reféns a jogar moedas na rua enquanto fugia com um saco de dinheiro. O gerente e o subgerente da agência estavam entre os reféns, usados como escudos humanos para proteger os dois carros do grupo durante a fuga. Antes de deixar a cidade, os criminosos deram duas voltas na praça principal, exibindo controle e desafio.
Duas pessoas foram baleadas na ação. Um motorista da prefeitura de Castro Alves, de 27 anos, foi atingido na barriga e levado ao Hospital Geral de Santo Antônio de Jesus, onde passou por cirurgia e está estável. Outro homem, baleado na perna, recebeu atendimento e teve alta no mesmo dia. Apesar da violência, nenhum refém foi morto, e os sequestrados foram liberados durante a fuga.
A operação policial para capturar os criminosos mobiliza equipes das Polícias Militar e Civil de Castro Alves, com apoio de unidades de Salvador, Feira de Santana e outras cidades da região. Desde segunda-feira, as buscas se concentram em uma mata fechada, mas nenhum suspeito foi detido até o momento. A ação tem características do chamado “novo cangaço”, uma tática comum em assaltos a bancos no interior do Nordeste, marcada por ataques simultâneos a delegacias, uso de reféns como escudos e fugas em áreas de difícil acesso.
O caso expõe a vulnerabilidade de cidades pequenas a quadrilhas organizadas e levanta questionamentos sobre a segurança pública na região. Enquanto as buscas continuam, os moradores de Castro Alves tentam se recuperar do trauma de um dia que transformou a rotina da cidade em um cenário de guerra.
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