A Intensificação da Crise na Síria e a Reação Internacional

Roberto Farias
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O Exército sírio retomou os ataques à cidade de Deir el-Zour nesta segunda-feira, apenas um dia após uma violenta operação resultar na morte de dezenas de pessoas, segundo testemunhas locais. O aumento da ofensiva militar intensificou a pressão internacional contra o regime sírio, levando países árabes a condenarem a repressão contra os protestos populares.

Relatos de moradores indicam que tiros e explosões continuam sendo ouvidos em várias áreas da cidade, dificultando o socorro aos feridos. Além de Deir el-Zour, há informações de que forças militares avançaram sobre Maret Noman, na província de Idleb, utilizando tanques e artilharia pesada.

A escalada da violência ocorre após os intensos protestos registrados na última semana em diversas cidades sírias, especialmente em Hama, um dos principais focos de resistência contra o presidente Bashar al-Assad.

Pressão Internacional

O rei Abdullah da Arábia Saudita se pronunciou contra a ofensiva militar síria, retirando seu embaixador de Damasco e condenando a repressão aos protestos. Em discurso televisionado, ele criticou a violência estatal, afirmando que a derrubada de inocentes não pode ser justificável.

O Kuwait seguiu o mesmo caminho, convocando seu representante diplomático para consultas. Além disso, a Liga Árabe declarou estar alarmada com a situação e exigiu o fim imediato da violência. A Turquia, representada pelo primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, também reagiu e anunciou o envio de seu ministro das Relações Exteriores a Damasco com uma mensagem contundente sobre os ataques.

Por outro lado, a Jordânia adotou um tom mais cauteloso. O chanceler Nasser Judeh afirmou que a violência é preocupante, mas destacou que Amã não pode interferir nos assuntos internos da Síria.

Respostas do Regime Sírio

Em meio às crescentes críticas, Bashar al-Assad justificou a repressão alegando que o governo tem o dever de manter a ordem e proteger a população. Segundo ele, enfrentar aqueles que bloqueiam cidades e criam instabilidade seria uma obrigação do Estado.

Enquanto a comunidade internacional aumenta a pressão, o governo sírio tenta acalmar as tensões prometendo reformas políticas. O ministro das Relações Exteriores, Walid al-Muallem, anunciou que eleições legislativas serão realizadas até o fim do ano, permitindo que o novo Parlamento analise e revise as leis propostas por Assad.

Mesmo com decretos recentes que abrem o país ao multipartidarismo, a oposição síria mantém ceticismo, questionando a real efetividade das medidas diante da brutal repressão que já resultou em milhares de mortes.

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