A Justiça da Argentina determinou, nesta quinta-feira, a prisão preventiva de três ex-pilotos da guarda costeira, um militar reformado e um advogado acusados de participação nos "voos da morte", prática utilizada durante a ditadura militar (1976-1983) para eliminar presos políticos.
O juiz Sérgio Torres formalizou a prisão dos envolvidos, que já estavam detidos desde 10 de maio, por suposta participação em 20 voos, incluindo um no qual foram lançadas ao mar a freira francesa Léonie Duquet e quatro mulheres da organização Mães da Praça de Maio.
Os Acusados e a Investigação
Entre os detidos estão os comandantes da Aerolíneas Argentinas, os militares reformados Enrique José De Saint Georges e Mario Daniel Arru, o piloto da reserva Alejandro Domingo D'Agostino, o ex-suboficial da Marinha Ricardo Rubén Ormello e o advogado Gonzalo Dalmacio Torres de Tolosa.
Os cadáveres das cinco mulheres, incluindo a fundadora das Mães da Praça de Maio, Azucena Villaflor, foram descobertos em 2005, enterrados como indigentes em um cemitério na costa de Buenos Aires, onde haviam sido presas no final de 1977.
Os "Voos da Morte" e a Luta por Justiça
Durante a ditadura argentina, milhares de presos políticos foram jogados vivos ao mar a partir de aviões militares, segundo denúncias de organizações de direitos humanos. Estima-se que cerca de 30 mil pessoas desapareceram nesse período.
A primeira confissão pública sobre essa prática foi feita pelo ex-suboficial da Marinha Adolfo Scilingo, que foi julgado na Espanha e condenado à prisão perpétua em 2005.
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