Na noite de quarta-feira, 25 de maio de 2011, a Cidade Universitária da USP, no Butantã, zona oeste de São Paulo, foi palco de uma tragédia que abalou a comunidade acadêmica. Felipe Ramos de Paiva, estudante de 24 anos do 5º ano de Ciências Atuariais, foi baleado na cabeça por volta das 21h40 no estacionamento da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), após assistir a uma aula de contabilidade. O crime chocou alunos, professores e funcionários, reacendendo o debate sobre a segurança no câmpus.
Na manhã seguinte, cerca de 500 estudantes se reuniram às 7h15 em frente à FEA para protestar, muitos vestidos de preto em luto por Felipe. Convocada pelo Centro Acadêmico (CA) da faculdade, a manifestação cobrou medidas urgentes para reforçar a segurança na USP. Uma carta aberta, distribuída durante o ato, expressava a indignação dos alunos: “A perda de nosso colega escancara de maneira lamentável a necessidade de se debater a segurança no cotidiano universitário.” O documento, assinado pelo CA, propôs ações como melhoria da iluminação no câmpus e a presença de vigilantes nos perímetros das unidades, exigindo uma mudança na forma como a questão da segurança é tratada.
O chefe de gabinete da reitoria, Alberto Carlos Amadio, recebeu representantes dos estudantes e se comprometeu a formar uma comissão para discutir soluções com o Centro Acadêmico ainda na tarde daquele dia. O diretor da FEA, Reinaldo Guerreiro, reconheceu a vulnerabilidade do câmpus em entrevista ao Bom Dia Brasil. “O câmpus é muito grande, com muitas árvores e espaços abertos, o que facilita ações de criminosos”, afirmou, destacando que a Guarda Universitária enfrenta dificuldades para coibir a violência. Ele revelou que a reitoria já estava ciente do problema e planejava ações concretas por meio de uma comissão de segurança.
A presidente do CA, Maíra Madrid, aluna do 4º ano de Economia, expressou a revolta da comunidade estudantil: “Estamos indignados com a insegurança na USP. Já houve casos de sequestro relâmpago, e agora chegamos ao ponto de um aluno ser assassinado no estacionamento.” O crime de Felipe, somado a outros incidentes de violência na Cidade Universitária, intensificou a pressão por mudanças estruturais, como reforço na iluminação, aumento do efetivo de segurança e maior vigilância em áreas críticas.
O assassinato de Felipe Ramos de Paiva não apenas deixou a USP em luto, mas também expôs a urgência de medidas eficazes para proteger a comunidade acadêmica, reacendendo debates sobre segurança em espaços universitários e a responsabilidade das instituições em garantir um ambiente seguro.
Não deixe de comentar !!!!!!