Coaf Aponta Transação Suspeita da Empresa de Palocci em Compra de Imóvel, diz Relatório

Roberto Farias
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O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), ligado ao Ministério da Fazenda, alertou a Polícia Federal sobre uma movimentação financeira considerada suspeita realizada pela Projeto, empresa do ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. O relatório, enviado há cerca de seis meses, destaca a compra de um imóvel por parte da Projeto, que envolveu uma empresa já investigada pelas autoridades policiais. A informação foi revelada por fontes do Ministério da Fazenda em São Paulo ao jornal O Estado de S. Paulo.
A operação foi classificada pelo Coaf como “atípica”, um termo usado para transações que fogem do padrão habitual. Bancos são obrigados a notificar o Coaf sobre movimentações desse tipo, e, quando elas envolvem pessoas ou empresas sob investigação, o órgão repassa os dados à Polícia Federal e ao Ministério Público. No caso de Palocci, a Projeto apareceu em uma transação ligada a uma empresa já no radar da PF.
No ano de 2010, a empresa de Palocci adquiriu dois imóveis em São Paulo: um apartamento de alto padrão, avaliado em R$ 6,6 milhões, e um escritório comercial, no valor de R$ 882 mil. Ambos os bens são gerenciados pela Projeto. Cabe à Polícia Federal investigar se a transação imobiliária apresenta irregularidades, já que o Coaf não tem atribuição para conduzir apurações.
O caso ganhou repercussão política, com o PSDB solicitando, na última terça-feira, esclarecimentos ao Coaf sobre as atividades da Projeto. Por lidar com informações confidenciais, o órgão não deve responder publicamente ao pedido. Fundada em 2006, a Projeto Consultoria Financeira Econômica Ltda atuou no mercado de consultoria para empresas privadas até 2010, período em que Palocci era deputado. Em dezembro daquele ano, pouco antes de assumir como ministro, ele mudou o nome da empresa para Projeto Administração de Imóveis, alterando seu foco para a gestão imobiliária.
Questionado pelo Estado, Palocci, por meio de sua assessoria, negou ter conhecimento do relatório do Coaf ou de qualquer notificação sobre a investigação. A recusa do ex-ministro em revelar os clientes de sua empresa tem gerado debates sobre transparência. O desenrolar do caso, agora nas mãos da Polícia Federal, segue sendo acompanhado com atenção, enquanto a sociedade aguarda esclarecimentos sobre possíveis irregularidades.

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