Em abril de 2011, a tragédia que chocou o Brasil na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste do Rio de Janeiro, ganhou novos desdobramentos com a prisão de dois homens suspeitos de negociar uma das armas usadas por Wellington Menezes de Oliveira, responsável pela morte de 12 crianças. A operação, conduzida por policiais militares do 21º BPM (São João de Meriti), resultou na prisão preventiva de um chaveiro, de 38 anos, e de um vigia, de 48 anos, indiciados por comércio ilegal de arma de fogo. A decisão foi formalizada na madrugada de 9 de abril, após pedido da Divisão de Homicídios (DH) ao Tribunal de Justiça do Rio.
As investigações revelaram que as negociações para a venda do revólver calibre 32, uma das armas usadas no massacre, começaram cerca de quatro meses antes do crime. Segundo o comandante do 21º BPM, Ricardo Arlem, o chaveiro, vizinho de Wellington em Sepetiba, teria intermediado a compra, aproveitando seus contatos no mercado clandestino de armas. O segundo suspeito, apontado como o vendedor, possui antecedentes criminais por porte ilegal de arma, uso de documento falso e estupro. Inicialmente, ambos negaram envolvimento, mas acabaram confessando e trocando acusações mútuas durante interrogatório na DH, na Barra da Tijuca, na noite de 8 de abril.
Um detalhe curioso surgiu nas investigações: Wellington era conhecido na região como “Sheik”, devido à barba longa que mantinha até pouco antes do ataque. A pista que levou aos suspeitos veio de uma conversa captada por um PM à paisana, na qual o vendedor teria comentado com o chaveiro sobre a arma, dizendo: “Tá vendo aquela arma que te vendi? Tá vendo como ela tava afiadinha? Olha o estrago que ela fez.” Apesar da confissão sobre a venda da arma, os suspeitos negaram ter fornecido as munições usadas no crime. A DH segue apurando a extensão do envolvimento dos dois no caso, enquanto a sociedade clama por respostas e medidas mais rígidas contra o tráfico de armas, que alimenta tragédias como a de Realengo.
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