Em 1º de outubro de 2025, a Polícia Federal revelou uma operação que desmantelou uma sofisticada rede de espionagem russa com ramificações em toda a América Latina. O alerta inicial veio da CIA em 2022, quando um agente tentou se infiltrar no Tribunal Penal Internacional (TPI) usando identidade brasileira falsa. A investigação revelou que o Brasil havia se tornado o epicentro de uma “fábrica de identidades” operada pelo Serviço de Inteligência Externo da Rússia (SVR), com apoio de militares do GRU — a inteligência militar russa.
🧠 Uma rede construída com precisão e paciência
Por mais de uma década, espiões russos exploraram falhas no sistema de registro civil brasileiro para criar documentos falsos — passaportes, certidões de nascimento e históricos escolares. Com essas credenciais, agentes se infiltraram em áreas estratégicas como política, energia e tecnologia, operando sob disfarces em países como Argentina, Venezuela, Peru, Uruguai e Equador.
O caso mais emblemático é o de Sergey Vladimirovich Cherkasov, que viveu como Victor Muller Ferreira. Preso em Brasília, ele cumpre pena por falsificação, mas é investigado por espionagem. Outros agentes, como Artem Shmyrev e Mikhail Mikushin, foram capturados no exterior ou desapareceram após suspeitas.
🛂 Diplomacia e inteligência militar: uma combinação explosiva
A presença de militares do GRU indica que a rede ia além da coleta de dados — podendo envolver ações de desestabilização. Diplomatas russos em Brasília e no Rio de Janeiro facilitaram a movimentação dos agentes, fornecendo vistos e apoio logístico. A operação contou com colaboração internacional, incluindo FBI, Interpol e agências europeias, especialmente após a invasão da Ucrânia em 2022, que intensificou o monitoramento de atividades russas.
🌎 Impacto regional e alerta global
A operação “Leste” expôs vulnerabilidades nos sistemas de identificação da América Latina e posicionou o Brasil como alvo estratégico para potências estrangeiras. A PF alerta que outros agentes podem estar ativos, e o caso reacende discussões sobre a influência russa em países como Venezuela e Argentina.
Mais do que um enredo de filme, essa rede mostra que a espionagem moderna é feita de paciência, disfarces e brechas administrativas. O Brasil agora enfrenta o desafio de reforçar sua segurança e manter a cooperação internacional para evitar novos episódios de infiltração.
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