Motéis, Maquininhas e Milhões: Como o PCC Transformou o Lazer em Lavanderia

TimeCras
Roberto Farias
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Flávio Silvério Siqueira

A Operação Spare, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo em parceria com a Receita Federal, revelou um dos esquemas mais ousados de lavagem de dinheiro já atribuídos ao Primeiro Comando da Capital (PCC). O crime organizado encontrou uma fórmula lucrativa: transformar cerca de 60 motéis em São Paulo em verdadeiras lavanderias financeiras, usando laranjas como sócios e distribuindo lucros milionários.

📊 O que os números revelam

Entre 2020 e 2024, os motéis movimentaram R$ 450 milhões, com R$ 45 milhões distribuídos em lucros e dividendos — valores incompatíveis com a estrutura e faturamento real dos estabelecimentos. Um dos motéis chegou a distribuir 64% da receita bruta declarada, enquanto restaurantes acoplados aos motéis também participaram da operação, com lucros que ultrapassaram R$ 1,7 milhão.

Além disso, os CNPJs dos motéis foram usados para compras de imóveis de alto padrão, como unidades de R$ 1,8 milhão e até R$ 5 milhões, evidenciando o uso de empresas de fachada para ocultar patrimônio.

⛽ Postos, franquias e luxo

O esquema não se limitava aos motéis. A investigação identificou:

  • 267 postos de combustíveis com movimentação de R$ 4,5 bilhões e recolhimento irrisório de tributos.
  • Franquias e empreendimentos imobiliários que movimentaram R$ 1 bilhão, mas emitiram apenas R$ 550 milhões em notas fiscais.
  • Aquisições de bens de luxo como iate, helicóptero e Lamborghini, todos registrados em empresas ligadas ao grupo.

👤 O cérebro por trás

O empresário Flávio Silvério Siqueira, conhecido como Flavinho, é apontado como o principal articulador do esquema. Já investigado por lavagem de dinheiro em postos de combustíveis, ele agora aparece como peça-chave na estrutura financeira do PCC.

🧾 Como funcionava a lavagem

O grupo utilizava maquininhas de cartão e fintechs para simular transações comerciais, inflar faturamentos e justificar a entrada de dinheiro ilícito no sistema bancário. Com isso, criavam uma aparência de legalidade para recursos oriundos do tráfico e outras atividades criminosas.


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