Assistir Pode Matar: O Terror Cultural da Coreia do Norte

TimeCras
Roberto Farias
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Na Coreia do Norte, o simples ato de assistir a um filme estrangeiro pode custar a vida. Um novo relatório das Nações Unidas revela um cenário alarmante: o regime de Kim Jong-un intensificou as execuções públicas, inclusive por "crimes culturais" como consumir ou compartilhar conteúdos vindos do exterior — especialmente da Coreia do Sul.


Desde 2020, o país tem promovido fuzilamentos em praça pública como forma de intimidar a população e reforçar o controle ideológico. Jovens são julgados ao lado de traficantes por possuírem pendrives com séries sul-coreanas, e muitos acabam condenados à morte. Uma testemunha relatou que três amigos foram executados por esse motivo, sem direito a defesa ou apelação.


Além disso, o regime tem ampliado o uso de trabalhos forçados. Famílias pobres e crianças órfãs são recrutadas para tarefas exaustivas em minas e construções, onde mortes por exaustão são tratadas como "sacrifícios patrióticos". A vigilância é constante: inspeções surpresa em casas, celulares e computadores são rotina, e qualquer sinal de influência externa é punido com severidade.


O relatório da ONU pede que o caso seja levado ao Tribunal Penal Internacional, mas enfrenta resistência de países como China e Rússia, que bloqueiam ações no Conselho de Segurança.


Esse retrato sombrio mostra como o entretenimento — algo que muitos consideram trivial — pode se tornar um ato de resistência em regimes autoritários. E como o silêncio internacional pode perpetuar abusos que já duram décadas.


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