A tensão diplomática entre Colômbia e Peru ganhou novos contornos nas últimas horas, após o presidente colombiano Gustavo Petro declarar que seu governo não reconhece a soberania peruana sobre o distrito de Santa Rosa de Loreto e a Ilha Chinería, ambos localizados na região da tríplice fronteira com o Brasil.
A declaração foi feita durante as comemorações da Batalha de Boyacá, transferidas simbolicamente de Bogotá para Letícia, cidade colombiana vizinha à área em disputa. Segundo Petro, o Peru estaria violando tratados internacionais ao incorporar a ilha ao seu território por meio de uma lei aprovada em junho, que oficializou a criação do distrito de Santa Rosa. O presidente colombiano afirmou que a ilha surgiu após a assinatura do tratado de fronteira de 1922 e que sua soberania deve ser debatida entre os dois países.
O governo peruano, por sua vez, reagiu com firmeza. A presidente Dina Boluarte, em visita oficial ao Japão, declarou que “não há nada pendente a tratar” e que a Ilha Chinería está sob jurisdição legítima do Peru. O Ministério das Relações Exteriores peruano também emitiu nota reafirmando seus “direitos soberanos” sobre o território.
A disputa territorial se intensificou com a diminuição do fluxo do rio Amazonas, que alterou a geografia da região e aproximou a ilha de Santa Rosa do lado colombiano. Especialistas alertam que o fenômeno pode comprometer o acesso de Letícia ao rio, afetando diretamente sua economia portuária.
Petro afirmou que recorrerá a instâncias internacionais caso o Peru não aceite uma mediação diplomática. A crise reacende divergências históricas entre os dois países, agravadas desde a destituição do ex-presidente peruano Pedro Castillo, apoiado por Petro.
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