Êxodo silencioso: Brasileiros enfrentam novo pico migratório vindo da Venezuela

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Roberto Farias
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Arte Gerada por IA

Pacaraima (RR), agosto de 2025 — O Brasil voltou a ser rota de esperança para milhares de venezuelanos que fogem da instabilidade política e econômica em seu país. Desde as eleições municipais de julho, vencidas amplamente pelo partido de Nicolás Maduro, o fluxo migratório aumentou de forma alarmante na fronteira norte.

Segundo dados da Cáritas Brasileira, o número de atendimentos diários em Pacaraima saltou de 150 para 350 pessoas. Em apenas três semanas de agosto, mais de 17 mil migrantes foram acolhidos — quase 6 mil a mais que no mês anterior. A estrutura sanitária Padre Edy, localizada próxima à fronteira, opera no limite, oferecendo banheiros, duchas, lavanderia e água potável para quem chega com pouco mais que a roupa do corpo.

A maioria dos migrantes relata medo de represálias políticas, escassez de alimentos e falta de perspectivas. “Não há mais futuro lá. O Brasil é nossa chance de recomeçar”, disse María González, 34, que cruzou a fronteira com dois filhos pequenos após perder o emprego em Caracas.

A Operação Acolhida, coordenada pelo Exército Brasileiro, ativou protocolos emergenciais para lidar com o aumento súbito. Organizações como ACNUR e Cáritas intensificaram ações humanitárias, enquanto o governo federal avalia medidas de interiorização para redistribuir os recém-chegados em cidades com maior capacidade de acolhimento.

O cenário reforça o papel do Brasil como abrigo regional em tempos de crise, mas também levanta questões sobre capacidade de resposta, integração e políticas migratórias sustentáveis.

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