Na manhã desta quinta-feira, 3 de julho de 2025, a Polícia Civil do Rio de Janeiro deu um golpe significativo contra o crime organizado ao desmantelar uma fábrica clandestina de munições e supressores de ruído (silenciadores) em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A operação, conduzida pela Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), teve início por volta das 10h49 e culminou na prisão em flagrante de Elias Vigorito, um ex-Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) cujo registro havia sido revogado pelo Exército Brasileiro devido à perda de idoneidade. A ação, respaldada por mandado de busca e apreensão expedido pela comarca local, expôs uma operação criminosa sofisticada escondida dentro de uma residência aparentemente comum no bairro Austin.
Durante a incursão, os agentes encontraram uma estrutura montada com ferramentas especializadas, maquinários e insumos que indicavam a produção ilegal de acessórios bélicos. Entre os itens apreendidos estão diversas armas de fogo, incluindo pistolas e rifles, além de componentes parcialmente montados, como supressores de ruído e munições em diferentes estágios de fabricação. A polícia também confiscou equipamentos como tornos, moldes e materiais químicos usados na recarga de cartuchos, sugerindo que a operação ia além de simples posse ilegal, alcançando a produção em escala.
Dois celulares foram encontrados no local, o que pode levar a investigações sobre possíveis redes de contatos ou clientes, enquanto documentos e anotações também foram coletados para análise.
Elias Vigorito, de 42 anos, já tinha histórico com a lei. Fontes policiais indicam que ele foi preso em 2019 com um arsenal ligado a um grupo criminoso acusado de homicídios e organização criminosa, o que reforça a gravidade do caso. Após o cancelamento de seu registro de CAC, ele continuou atuando no submundo, transformando sua casa em um verdadeiro laboratório bélico. Autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito e fabricação clandestina de acessórios e munições, Vigorito foi encaminhado ao sistema prisional, onde permanecerá à disposição da justiça enquanto as investigações prosseguem.
A operação levanta questões cruciais sobre a fiscalização de ex-CACs e o controle de materiais sensíveis no Brasil. Autoridades destacam que o caso evidencia brechas no sistema de registro e monitoramento, especialmente após mudanças legislativas que ampliaram o acesso a armamentos por colecionadores e atiradores. A residência, localizada em uma área residencial movimentada, chocou os vizinhos, que relataram não suspeitar da atividade ilícita. “Era uma casa como qualquer outra, nunca imaginamos algo assim”, disse uma moradora local que preferiu não se identificar.
A Polícia Civil agora analisa os dispositivos eletrônicos apreendidos para mapear possíveis conexões de Vigorito com organizações criminosas maiores, incluindo milícias e facções que dominam a Baixada Fluminense. A região, conhecida por ser um ponto estratégico para o tráfico de armas, tem visto um aumento de operações policiais nos últimos anos, mas casos como este mostram que o combate ao crime armado ainda enfrenta desafios significativos. A comunidade local aguarda com expectativa os próximos desdobramentos, enquanto as autoridades prometem intensificar o cerco a redes ilegais de armamento.
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