A Cúpula do BRICS 2025, sediada no Rio de Janeiro, quase naufragou por causa de um impasse diplomático com o Irã — mas neste sábado (5), após intensas negociações que vararam a madrugada, um acordo foi finalmente costurado. O resultado? Uma declaração final que equilibra interesses divergentes e evita uma crise interna no bloco.
O que estava em jogo?
O Irã, recém-integrado ao BRICS, exigia uma condenação explícita aos ataques aéreos de Israel e dos EUA contra seu território, incluindo menções diretas aos responsáveis e o uso de termos como “regime sionista”. A proposta foi considerada inaceitável por países como Índia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, que mantêm relações diplomáticas com Israel e os EUA.
Como o Brasil evitou o colapso
- A diplomacia brasileira, liderando o bloco este ano, propôs uma linguagem mais moderada, que condena os bombardeios sem citar nomes.
- O texto final também evita termos ofensivos e reafirma a defesa da solução de dois Estados para o conflito Israel-Palestina — algo que o Irã rejeita.
- O acordo foi fechado no Hotel Nacional, em São Conrado, após mais de 12 horas de negociações.
Outros pontos sensíveis da cúpula:
- Reforma do Conselho de Segurança da ONU: Egito e Etiópia, antes resistentes, aceitaram apoiar a proposta liderada por Brasil, Índia e África do Sul.
- Guerra tarifária com os EUA: O texto critica “medidas unilaterais de tarifas”, em referência velada às políticas de Donald Trump.
- Declarações paralelas: Serão divulgados documentos específicos sobre inteligência artificial, financiamento climático e doenças socialmente determinadas.
Impacto político
O impasse com o Irã expôs as fragilidades internas do BRICS ampliado, que agora conta com 11 membros de perfis geopolíticos muito distintos. A ausência de líderes como Xi Jinping e Vladimir Putin também esvaziou o peso simbólico da cúpula, mas o Brasil conseguiu evitar um fracasso diplomático — e ainda reforçou sua imagem como mediador global.
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