Pentágono Redireciona Tecnologia Antidrones da Ucrânia para o Oriente Médio: Uma Mudança Estratégica

Roberto Farias
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Em uma decisão que está gerando debates, o Pentágono anunciou na última semana que está desviando tecnologia crítica antidrones, originalmente destinada à Ucrânia, para as forças dos EUA no Oriente Médio. A medida, comunicada ao Congresso em 29 de maio de 2025 sob ordens do Secretário de Defesa Pete Hegseth, envolve o redirecionamento de fusíveis de proximidade usados em foguetes, que aumentam a eficácia contra drones russos, para a Força Aérea dos EUA na região. Essa tecnologia fazia parte da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia (USAI), um programa criado em 2014 para fornecer equipamentos diretamente de fabricantes americanos a Kiev.
A justificativa oficial aponta para uma "questão urgente identificada pelo Secretário de Defesa", relacionada a ameaças crescentes no Oriente Médio, como os conflitos com o Irã e os rebeldes houthis no Iêmen. Essa mudança reflete uma reorientação das prioridades de defesa dos EUA sob a administração Trump, que tem direcionado recursos para o Oriente Médio e o Pacífico, enquanto os estoques militares americanos enfrentam esgotamento. Recentemente, o Pentágono também deslocou sistemas de defesa aérea da região do Indo-Pacífico para a mesma área, intensificando a percepção de um foco estratégico em outros teatros de operação.
A decisão gerou controvérsia, especialmente entre apoiadores da Ucrânia. Alguns membros do Congresso questionam o impacto dessa perda para a defesa ucraniana contra os constantes ataques de drones russos, enquanto outros veem a medida como uma possível retaliação ou sinal de redução no apoio a Kiev. A Ucrânia, que depende heavily de tecnologias como os foguetes APKWS (Advanced Precision Kill Weapon System) para neutralizar drones, pode enfrentar dificuldades adicionais em um momento em que a guerra se intensifica, como visto no recente ataque ucraniano a bases aéreas russas, que provocou ameaças de retaliação de Moscou.
Por outro lado, críticos da narrativa oficial sugerem que essa realocação pode ser mais uma manobra política do que uma necessidade militar urgente, especialmente diante da insistência de Trump para que os aliados europeus assumam maior responsabilidade no suporte a Kiev. A ausência de Hegseth em uma recente reunião do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia na OTAN reforça a percepção de um afastamento estratégico dos EUA do conflito.
Embora o impacto exato na Ucrânia ainda seja incerto, a transferência destaca os desafios logísticos e políticos de manter múltiplas frentes de apoio militar. Enquanto os EUA reforçam sua postura no Oriente Médio, a Ucrânia pode precisar buscar alternativas para compensar a perda dessa tecnologia crucial, num cenário onde drones dominam o campo de batalha.

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