O drama da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, presa há mais de 86 horas em uma encosta no Monte Rinjani, na Indonésia, mobiliza esforços por terra e pelo ar. Agora, além das equipes que tentam alcançá-la por trilhas íngremes e cobertas de neblina, helicópteros estão oficialmente integrados à operação de resgate.
Duas aeronaves, posicionadas em Sumbawa e Jacarta, aguardam janelas de tempo seguro para decolagem e sobrevoo da área onde Juliana foi avistada por drones térmicos. Ela estaria consciente, porém imóvel, a cerca de 650 metros de profundidade em um trecho praticamente inacessível a pé. O uso dos helicópteros, no entanto, é limitado: a altitude elevada (3.726 metros), o vento forte e a visibilidade quase nula desafiam até mesmo os pilotos mais experientes.
Enquanto isso, a operação terrestre continua, com socorristas experientes utilizando cordas, furadeiras industriais e outros equipamentos para tentar abrir passagem e descer com segurança. A estimativa é que já tenham alcançado 400 metros da encosta. Ainda assim, o caminho até Juliana é longo — e o tempo, cada vez mais apertado.
A família acompanha tudo de perto e denuncia falhas na operação, como a demora inicial no resgate e a ausência de mantimentos no local da queda. A irmã da jovem também revelou que ela foi abandonada pelo guia da trilha antes do acidente. Do lado diplomático, o Itamaraty mantém diálogo com o governo indonésio, enquanto o pai da jovem enfrenta dificuldades para chegar ao país, preso em Lisboa por conta do fechamento do espaço aéreo no Oriente Médio.
O caso de Juliana comove o Brasil e reforça a importância de planejamento, segurança e preparo em aventuras de turismo extremo. Mas, mais do que isso, simboliza a fé inabalável de uma família e a mobilização coletiva de dois países na tentativa de salvar uma vida.
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