Com o espaço aéreo de Israel fechado devido à intensificação do conflito com o Irã, dezenas de israelenses, incluindo cidadãos com dupla nacionalidade, estão buscando refúgio no Chipre por meio de iates e embarcações privadas. A marina de Herzliya, ao norte de Tel Aviv, transformou-se em um ponto de partida improvisado, com relatos de centenas de pessoas, entre famílias, casais e indivíduos, embarcando diariamente rumo à ilha mediterrânea, a cerca de 270 km de distância. Segundo o jornal Haaretz, os custos para essas travessias variam de 2.500 a 6.000 shekels (aproximadamente US$ 670 a US$ 1.600) por pessoa, dependendo do tipo de embarcação, com algumas operando sem licenças adequadas para transporte de passageiros.
A fuga em massa começou após Israel iniciar a "Operação Leão Ascendente" em 13 de junho de 2025, com ataques aéreos a instalações nucleares e militares iranianas, seguidos pela resposta do Irã com a "Operação Promessa Verdadeira 3", que envolveu mísseis balísticos e drones contra cidades israelenses. A proibição de voos domésticos e internacionais, decretada pelo governo de Benjamin Netanyahu, levou muitos a recorrerem a rotas marítimas, especialmente a partir dos portos de Herzliya, Haifa e Ashkelon. Apesar de alguns afirmarem que estão apenas se reunindo com familiares no exterior ou retornando a outros países de residência, há relatos de que o medo de ataques iranianos é o principal motivador.
No Chipre, a chegada de milhares de israelenses e estrangeiros sobrecarregou a infraestrutura local, com o porto de Larnaca se tornando um centro de trânsito. A comunidade judaica na ilha, liderada pelo rabino-chefe Arie Zeev Raskin, tem se mobilizado para fornecer abrigo, refeições kosher e assistência médica, mas enfrenta desafios devido à alta demanda por acomodações. Enquanto isso, o governo israelense iniciou operações de repatriação, com o navio de cruzeiro Crown Iris transportando cerca de 1.500 pessoas de volta a Israel a partir de Larnaca, mas a capacidade é insuficiente para atender a todos os que desejam retornar.
A situação reflete o clima de incerteza em Israel, onde a ameaça de novos ataques iranianos e a possibilidade de uma escalada regional mantêm a população em alerta. O Chipre, por sua proximidade e histórico como refúgio em conflitos no Oriente Médio, tornou-se um ponto estratégico tanto para quem foge quanto para quem tenta voltar para casa. Autoridades cipriotas reforçaram a segurança em locais associados à comunidade israelense, enquanto a ilha enfrenta os impactos de ser um hub improvisado em meio à crise.
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