O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, de 86 anos, nomeou três clérigos seniores como potenciais sucessores, caso venha a falecer ou seja alvo de um ataque. A decisão, considerada incomum, reflete a preocupação do líder com a continuidade do regime iraniano em meio à escalada do conflito com Israel e às ameaças contra sua vida, incluindo declarações de autoridades israelenses como o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa Israel Katz.
Khamenei, que governa o Irã há mais de 35 anos, instruiu a Assembleia de Especialistas, órgão clerical responsável por escolher o próximo líder supremo, a selecionar rapidamente um dos três nomes indicados, evitando um processo prolongado que poderia desestabilizar o país durante a guerra. A identidade dos clérigos não foi divulgada, mas fontes iranianas confirmam que o filho de Khamenei, Mojtaba, não está entre os candidatos, apesar de especulações anteriores sobre sua possível sucessão.
A medida ocorre em um contexto de perdas significativas para o Irã, com ataques israelenses eliminando comandantes importantes da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), como Hossein Salami e Amir Ali Hajizadeh. Khamenei, que já se encontra em um bunker para sua segurança, também suspendeu comunicações eletrônicas para evitar rastreamento, segundo autoridades iranianas. Apesar dos golpes sofridos, a cadeia de comando do regime permanece funcional, sem sinais evidentes de dissidência interna.
A sucessão do líder supremo é um tema sensível no Irã, raramente discutido publicamente. Como comandante-chefe das forças armadas e principal autoridade política e religiosa, Khamenei detém poderes amplos, e sua substituição é vista como crucial para a preservação da República Islâmica. A escolha dos sucessores sinaliza uma tentativa de garantir uma transição ordenada, em um momento de crescente pressão externa e interna, incluindo sanções econômicas e protestos domésticos.
Enquanto o Irã enfrenta desafios sem precedentes, a comunidade internacional observa de perto como a liderança do país navegará por essa fase crítica. A nomeação dos possíveis sucessores reforça a determinação de Khamenei em proteger seu legado e a estabilidade do regime, mesmo diante de ameaças existenciais.
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