Megaoperação da Polícia Civil mira quadrilha de golpes bancários em quatro estados

Roberto Farias
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Na manhã de 11 de novembro de 2013, a Polícia Civil deflagrou uma megaoperação nos estados do Rio de Janeiro, Paraná, Bahia e Espírito Santo para desarticular uma quadrilha especializada em golpes bancários milionários. Coordenada pela 54ª Delegacia de Polícia (Belford Roxo), a ação teve como objetivo cumprir 15 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão. Até as 9h30, 14 dos 15 mandados de prisão haviam sido cumpridos, sendo 11 no Rio de Janeiro, além de uma prisão em flagrante por porte ilegal de arma no Espírito Santo. No Paraná, as autoridades ainda buscavam um foragido.
Entre os detidos está Rogério Manso Moreira, ex-candidato a deputado, preso em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, por volta das 6h30. Segundo o delegado Felipe Curi, Rogério atuava como lobista ao lado de familiares, incluindo primo, irmão e tio, todos também presos. A quadrilha, que operava principalmente na Baixada Fluminense, mas com alcance em outros estados, é acusada de 554 casos de estelionato, movimentando cerca de R$ 40 milhões em dois anos.
De acordo com as investigações, o grupo abordava pequenas empresas, oferecendo supostas oportunidades de contratos com prefeituras. Em troca, exigiam que os empresários aumentassem o capital social das empresas por meio de grandes empréstimos bancários, que variavam de R$ 50 mil a R$ 200 mil. Quando as empresas não conseguiam quitar as dívidas, a quadrilha transferia o controle para “laranjas”, muitas vezes pessoas analfabetas, criando uma pirâmide de empréstimos com empresas de fachada. Um exemplo citado pelo delegado mostra empresas que, de um capital inicial de R$ 20 mil, passavam a declarar R$ 5,7 milhões.
Para lavar o dinheiro, a quadrilha adquiriu 82 caminhões, espalhados pelo país, que eram alugados por até R$ 5 mil por mês, gerando renda ilícita. A operação revelou ainda o envolvimento de um assessor da prefeitura, identificado como Rogério Ramos, e atividades criminosas concentradas em municípios como São João de Meriti, Duque de Caxias, Belford Roxo, Queimados e Nova Iguaçu.
A investigação, que durou sete meses, contou com a quebra de sigilo bancário de 35 empresas e a análise de 173 contas correntes, além da interceptação de 36 contas e 70 mil registros de ligações e mensagens. Cerca de 200 policiais participaram da operação, com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e das delegacias de Comendador Soares, São João de Meriti, Paracambi e Itaguaí.
Os presos responderão por crimes como lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, estelionato e falsidade ideológica. A ação destaca o esforço da Polícia Civil em combater esquemas sofisticados de fraude bancária que afetam instituições financeiras e pequenas empresas em diversas regiões do Brasil.

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