Um caso chocante abalou a Rua Belford Roxo, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, na noite desta quarta-feira, 22 de maio de 2013. Por volta das 19h, o ortopedista Rogério Povilaitis Dominguez, de 51 anos, jogou dois cães, um pastor alemão e um poodle, da janela do sexto andar do apartamento de sua mãe, localizado próximo à movimentada Rua Barata Ribeiro. Os animais não resistiram à queda e morreram no local, onde permaneceram até as 22h20 para a realização da perícia policial.
Segundo a delegada Soraia Santana, da 12ª DP (Copacabana), que registrou o caso, Rogério foi autuado por abuso e maus-tratos contra animais, conforme o artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais (Lei 9605/98). A pena prevista varia de três meses a um ano de prisão, além de multa, com aumento de um terço devido à morte dos cães. Apesar da gravidade, o crime não prevê prisão imediata, e o médico será liberado ainda nesta quarta-feira. No depoimento, Rogério alegou estar sozinho no apartamento e afirmou que um “vulto” teria jogado os animais pela janela. Familiares, porém, informaram à polícia que ele sofre de transtornos mentais, o que pode ter desencadeado o surto.
A revolta dos pedestres que presenciaram a cena foi imediata, e o ortopedista quase foi linchado antes da chegada da polícia. Maria de Lourdes Xavier, moradora do quinto andar, relatou ter ouvido um barulho forte, mas só soube do ocorrido quando sua filha viu a notícia no Facebook. “Fiquei em choque. Não imaginei que fosse aqui”, disse. Ela acrescentou que a mãe de Rogério, de 80 anos, dona do apartamento, possui um terceiro cão, que não estava no local. Curiosamente, a irmã do médico seria veterinária, o que torna o caso ainda mais surpreendente.
O estudante Paulo Miranda, vizinho do prédio, descreveu os cães como “dóceis e bem-educados”, contando que costumava brincar com eles. “Eram animais adoráveis, pareciam adestrados. Não sei o que aconteceu, mas pode ter sido algum conflito familiar”, especulou. Até o perito da Polícia Civil, Satiro, ficou perplexo: “Em toda minha carreira, nunca vi algo assim. Foi minha primeira perícia envolvendo animais. O procedimento é semelhante ao de uma queda humana, mas é chocante”.
O caso, que será investigado pela 12ª DP, levanta questões sobre saúde mental e proteção animal, além de reforçar a importância de denúncias de maus-tratos, como previsto na legislação brasileira. A tragédia chocou a comunidade de Copacabana e reacende o debate sobre a necessidade de apoio psicológico e políticas públicas para prevenir episódios de violência.
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