Gastos em Escalas de Viagens de Dilma Rousseff: Passeios Turísticos Custaram R$ 433 Mil aos Cofres Públicos

Roberto Farias
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Entre 2011 e 2012, escalas em viagens internacionais da ex-presidente Dilma Rousseff, sem compromissos oficiais, geraram despesas de R$ 433 mil para o erário. Esses valores, referentes a hospedagem e diárias, foram registrados em paradas em Atenas (Grécia), Praga (República Tcheca) e Granada (Espanha), realizadas durante deslocamentos para a Ásia. Segundo a Presidência, as escalas eram "técnicas e obrigatórias", justificadas pela autonomia limitada do avião presidencial.
A parada mais dispendiosa ocorreu em Atenas, em abril de 2011, custando R$ 244 mil. Durante a escala, Dilma visitou o Partenon, um dos principais pontos turísticos gregos, e fez uma visita de cortesia ao então primeiro-ministro George Papandreou. Questionada por jornalistas, ela afirmou estar “a passeio”. Na volta da China, uma breve parada de duas horas em Praga custou R$ 75 mil. Já em março de 2012, antes de uma cúpula dos Brics na Índia, Dilma passou cerca de sete horas em Granada, na Espanha, onde visitou a Alhambra, um complexo de palácios tombado pela Unesco. Essa escala gerou despesas de R$ 89 mil, além de R$ 24,5 mil para a comitiva do Ministério das Relações Exteriores.
De acordo com informações obtidas pela BBC Brasil via Lei de Acesso à Informação, as 35 viagens presidenciais de Dilma em 2011 e 2012 totalizaram R$ 11,6 milhões, sendo R$ 7,8 milhões em hospedagem e R$ 3,8 milhões em diárias, que incluem alimentação, transporte e custos de preparação. Outros deslocamentos tiveram custos ainda mais elevados, como uma viagem de três dias a Paris em dezembro de 2011 (R$ 1,23 milhão), hospedada no luxuoso hotel Bristol, e uma visita a Londres durante as Olimpíadas de 2012 (R$ 1,08 milhão). A viagem mais econômica foi a Assunção, no Paraguai, em junho de 2011, para uma cúpula do Mercosul, custando R$ 84 mil.
Inicialmente, o Itamaraty forneceu dados que incluíam despesas em Marrakech (Marrocos) e Amã (Jordânia), mas, após questionamentos, excluiu esses gastos sem justificativa, confirmando que Dilma não esteve nesses locais. A Presidência não esclareceu os critérios para a formação das comitivas nas escalas nem a participação de ministros, como Aloízio Mercadante e Antonio Patriota, em passeios turísticos. A assessoria do Planalto afirmou que escalas não são registradas na agenda oficial, limitando-se a informar apenas o ponto de partida e o destino final das viagens. Também destacou que a segurança e a logística da presidente, mesmo em paradas breves, exigem equipes técnicas, o que justificaria os gastos.
Os números levantam questionamentos sobre a gestão de recursos públicos em viagens presidenciais, especialmente em escalas sem propósito oficial. Para mais reflexões sobre transparência e administração pública, acompanhe o blog!

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