Mistério Envolve a Morte da Modelo Camila Bezerra na China

Roberto Farias
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Na manhã de 1º de janeiro de 2013, a modelo cearense Camila Bezerra, de 22 anos, foi encontrada morta em Guangzhou (Cantão), na China, onde trabalhava desde agosto de 2012. A jovem, que morava no 14º andar de um condomínio, teria caído da janela do banheiro, segundo informações iniciais da polícia chinesa. As circunstâncias da morte permanecem incertas, e a família, que não acredita na hipótese de suicídio, enfrenta dificuldades para esclarecer o caso e repatriar o corpo devido à burocracia e aos altos custos, estimados entre 10 e 15 mil dólares.
Camila, que iniciou a carreira aos 12 anos em Fortaleza, estava em sua terceira temporada como modelo na Ásia, buscando oportunidades em um mercado internacional mais promissor. Amigos e familiares, como Bruna Albuquerque, destacam que ela era religiosa, apegada à família e não apresentava problemas que justificassem um ato extremo. Relatos sugerem que, na noite de Réveillon, Camila saiu para comemorar com colegas de apartamento, consumiu bebida alcoólica e discutiu com o namorado, que deixou a festa. Por volta das 5h, ela e as amigas retornaram ao apartamento, já que algumas tinham compromissos profissionais pela manhã. Às 9h, uma colega notou a janela do banheiro aberta, incomum para o inverno local, e, ao olhar para baixo, encontrou o corpo de Camila na área externa do prédio.

O consulado brasileiro em Guangzhou informou à família, por e-mail, que a agência de modelos acionou a polícia, e todos os moradores do alojamento foram interrogados. Contudo, as autoridades chinesas, em meio a feriados de Ano Novo, não esclareceram se a queda foi acidental, suicídio ou homicídio. A necropsia realizada no Brasil, após o traslado custeado pelo governo do Ceará (R$ 55.216), apontou traumatismo cranioencefálico e politraumatismo como causas da morte, com fraturas extensas no crânio, fêmur, costelas, bacia e pés, além de presença de álcool no sangue. A falta de exame inicial pela polícia chinesa e informações limitadas dificultaram a investigação.
A família enfrentou 45 dias de espera para a liberação do corpo, que chegou a Fortaleza em 14 de fevereiro de 2013, após passar por Milão e Lisboa. O sepultamento ocorreu em 16 de fevereiro, no Cemitério Jardim Metropolitano. A mãe, Goreth Bezerra, e o irmão, Igor, mobilizaram-se nas redes sociais, questionando versões contraditórias, como a suposta tentativa de arrombar a porta do banheiro. A advogada contratada pela família, Irene Dantas, relatou entraves com as autoridades chinesas, que sugeriram cremação, recusada pela família.
O caso, que gerou repercussão, permanece sem conclusão. A Justiça brasileira recomendou discrição para não atrapalhar as investigações, mas a ausência de laudos detalhados da China mantém o mistério sobre a tragédia que interrompeu a trajetória de uma jovem talentosa.

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