Em 9 de setembro de 2012, durante a 14ª Exposição Agropecuária de Acreúna (Expoacre), no sudoeste de Goiás, um acidente com um monomotor prefixo N1009F chocou a comunidade local, resultando na morte de quatro pessoas. A aeronave, que realizava voos panorâmicos, caiu em um pasto próximo à rodovia GO-513, a cerca de 500 metros da cabeceira do campo de pouso da cidade, por volta das 17h30, logo após a decolagem. O impacto foi devastador, com o avião caindo de ponta e se partindo, deixando as rodas para cima e objetos espalhados pelo local.
Vítimas e Impacto Familiar
As vítimas foram identificadas como:
- Francielle Alves Freitas, 19 anos, e Andressa Alves Freitas, 14 anos, irmãs residentes em Acreúna. Francielle deixou uma filha de apenas cinco meses, segundo seu sogro, Afrânio Rodrigues da Costa.
- Nívia Maria Gomes Barros, 24 anos, bancária de Caçú, que passava o fim de semana em Acreúna com o namorado, Renato Alves Feitosa. Renato, que fez um voo panorâmico antes de Nívia, testemunhou a queda da aeronave ao esperar seu retorno no campo de pouso.
- Gary Paulo Costa e Silva, piloto experiente com mais de 10 anos de prática e 2 mil horas de voo, além de proprietário do monomotor. Gary, morador de Pontalina, foi convidado por amigos para oferecer os voos durante a Expoacre, aproveitando o movimento do feriado prolongado.
O pai das irmãs, Salomão Batista Freitas, presenciou a tragédia e expressou profundo luto pela perda das filhas, que estavam entusiasmadas com o voo. A comunidade de Acreúna ficou abalada, com amigos e familiares reunidos no local para acompanhar o trabalho da perícia, em meio a um cenário de dor e consternação.
Detalhes do Acidente
Segundo testemunhas, como Laura Cândida Arantes, moradora próxima ao campo de pouso, o monomotor cobrava R$ 50 por pessoa para os voos panorâmicos, uma atração popular durante o evento agropecuário. A aeronave, registrada nos Estados Unidos, tinha autorização válida para voos privados no Brasil, mas não para atividades comerciais, conforme informou a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O major Misshel Faria, do Corpo de Bombeiros de Santa Helena, que atendeu a ocorrência, relatou que o vazamento de combustível no local representava um risco significativo de incêndio, agravado pelo tempo seco e pela pastagem inflamável. A equipe jogou água para evitar explosões, e os corpos foram retirados às 22h pelo Instituto Médico Legal (IML) de Rio Verde, com cuidado para preservar o local para a investigação.
Investigação e Causas
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) foi notificado imediatamente para apurar as causas do acidente. Até o momento, não há informações conclusivas sobre o que levou à queda, e o major Faria destacou que não era possível especular sobre os motivos no momento do resgate. A experiência do piloto e a segurança do avião, descrito por seu pai, Aniceto de Oliveira, como bem equipado, levantaram questionamentos sobre possíveis falhas mecânicas, condições ambientais ou outros fatores.
Impacto na Comunidade
A tragédia marcou profundamente Acreúna, uma cidade que vivia o clima festivo da Expoacre. O acidente interrompeu a celebração e trouxe luto coletivo, com amigos e familiares das vítimas se reunindo para prestar homenagens. A perda de jovens como Francielle, Andressa e Nívia, além do experiente piloto Gary, deixou um vazio na região, com histórias pessoais que reforçam a gravidade do impacto emocional, como a filha bebê de Francielle e o namorado de Nívia, que assistiu impotente à queda.
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