Em 6 de agosto de 2012, a exoneração de Denise Leitão Rocha, assessora parlamentar do senador Ciro Nogueira (PP-PI), foi publicada no boletim administrativo do Senado, marcando o desfecho de um caso que chocou Brasília. A advogada, que acompanhava os trabalhos da CPI do Cachoeira, teve um vídeo íntimo vazado, no qual aparecia em cenas de sexo, o que desencadeou sua demissão. Na terça-feira seguinte, 7 de agosto, Denise visitou o Senado para esclarecer os detalhes da dispensa e expressou indignação: “Foi puro machismo. Só ouviram um lado”, disse ela ao Congresso em Foco, criticando a forma como o caso foi tratado.
Denise, que se recuperava de uma cirurgia, ainda não havia conversado diretamente com o senador Nogueira, mas planejava fazê-lo naquele dia. “Ele tomou a decisão que achou melhor para ele, mas foi desumano”, desabafou. O senador, por sua vez, defendeu a exoneração como uma medida para preservar o funcionamento do gabinete, afirmando que a decisão foi comunicada por sua equipe, sem diálogo direto com a assessora. “Se foi a melhor escolha, nunca saberemos, mas foi melhor para o trabalho”, declarou Nogueira.
O vídeo, gravado anos antes, começou a circular entre assessores e jornalistas durante a CPI do Cachoeira, ganhando notoriedade em julho de 2012, especialmente durante o depoimento do prefeito de Palmas, Raul Filho (PT). Denise, que chegou a entrar na sala da CPI, saiu rapidamente ao perceber o assédio de fotógrafos e jornalistas. A gravação, que exibia uma tatuagem de fênix característica da advogada, foi inicialmente compartilhada em pen-drives e, posteriormente, chegou à internet, incluindo sites pornográficos.
A Delegacia da Mulher, sob comando da delegada Ana Cristina Melo, investiga o vazamento, mas até 6 de agosto não havia identificado sua origem. Um servidor do Senado, além de Denise e do homem do vídeo – supostamente um ex-namorado – foram ouvidos. “Estamos verificando se o vídeo foi aberto em máquinas do Senado”, afirmou a delegada, que requisitou informações adicionais à Casa. O caso, que tramita em segredo de Justiça, levou Denise a anunciar ações judiciais contra o responsável pelo vazamento, apontando seu ex-namorado como suspeito.
Apesar de receber um convite para posar nua após o escândalo, Denise recusou categoricamente. “Estou exausta desses jornais que distorcem o que falo”, reclamou, criticando o sensacionalismo da imprensa. Conhecida como “Furacão da CPI” por sua presença marcante, Denise tornou-se um símbolo de debates sobre privacidade, machismo e a exposição de mulheres em ambientes profissionais. O caso, que culminou em sua aparição na capa da Playboy em setembro de 2012 e na participação em A Fazenda em 2013, permanece como um episódio emblemático da política brasileira.
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