O Caso Eliza Samudio: Novas Revelações e a Fuga de um Denunciante

Roberto Farias
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Em um desdobramento surpreendente do caso Eliza Samudio, que há mais de uma década choca o Brasil, novas informações trazem à tona um suposto plano criminoso contra autoridades envolvidas no processo. José Laurindo de Oliveira, detento acusado de latrocínio, revelou à Justiça ter ouvido uma conversa na prisão que apontava um esquema orquestrado pelo ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, para atacar figuras-chave do caso. Entre os alvos estariam o delegado Edson Moreira, responsável pelo inquérito, a juíza Marixa Fabiane Rodrigues, o deputado estadual Durval Ângelo, presidente da Comissão de Direitos Humanos de Minas Gerais, o advogado Ércio Quaresma, ex-defensor do goleiro Bruno Fernandes, e José Arteiro Cavalcanti, representante da família de Eliza Samudio.
A denúncia, que também envolveria Bruno Fernandes e Luiz Henrique Romão (Macarrão), foi investigada pelo Departamento de Operações Especiais (Deoesp) da Polícia Civil. Contudo, tanto Bruno quanto Macarrão negaram qualquer participação no suposto plano. O caso ganhou ainda mais destaque com a fuga de Oliveira do Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp) São Cristóvão, em Belo Horizonte, no dia 17 de maio. Segundo ele, a fuga ocorreu enquanto trabalhava como pedreiro na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Oliveira foi recapturado horas depois, em São João Evangelista, próximo a Guanhães, durante uma blitz rodoviária, onde tentou usar um nome falso antes de admitir ser foragido. Ele será transferido para a Penitenciária Nelson Hungria, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O caso Eliza Samudio, que envolve o desaparecimento e assassinato da ex-namorada do goleiro Bruno em junho de 2010, permanece sem uma data definida para o julgamento pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Eliza, que alegava ser mãe de um filho de Bruno, foi vítima de um crime brutal, e seu corpo nunca foi encontrado. Atualmente, o filho do casal vive com a avó materna em Mato Grosso do Sul. No processo, oito réus enfrentam acusações graves, incluindo homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver. Além de Bruno, Macarrão e Bola, que seguem presos, outros envolvidos, como a ex-mulher de Bruno, Dayanne, e Fernanda Gomes de Castro, respondem em liberdade.
A fuga de Oliveira levanta questionamentos sobre a segurança no sistema prisional e a condução das investigações. O Ceresp São Cristóvão abriu um procedimento interno para apurar as circunstâncias do ocorrido, enquanto o caso continua a gerar indignação e debates sobre justiça e impunidade no Brasil.

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