Em 10 de abril de 2012, um tribunal em Pequim sentenciou a advogada Ni Yulan, conhecida por sua luta em defesa de vítimas de despejos forçados, a dois anos e oito meses de prisão. As acusações de causar perturbação e fraude também recaíram sobre seu marido, Dong Jiqin, condenado a dois anos de detenção. A decisão, amplamente criticada por ativistas de direitos humanos, é vista como mais um capítulo na campanha do Partido Comunista Chinês para reprimir dissidentes, utilizando leis controversas para calar vozes críticas.
Ni, que é cadeirante devido a deficiências agravadas por abusos sofridos em detenções anteriores, e Dong foram presos em abril de 2011. Segundo ativistas, as acusações foram fabricadas para silenciar o casal, que denunciava despejos ilegais e abusos do governo. Os promotores alegaram que eles "ocuparam deliberadamente" um quarto de hotel, mas Ni já havia classificado o local como uma "prisão negra" – centros de detenção informais usados para confinar dissidentes. A situação teve início após a demolição da casa do casal em 2008, forçando-os a viver em condições precárias.
O caso de Ni Yulan reflete uma onda de repressão na China, com diversos ativistas detidos nos meses anteriores à sentença. Sua condenação, anunciada em um tribunal suburbano de Pequim, foi comunicada por um porta-voz anônimo, reforçando a opacidade do processo. A comunidade internacional de direitos humanos aponta que a perseguição ao casal é emblemática de uma estratégia estatal para sufocar movimentos por justiça social e liberdade de expressão.
A trajetória de Ni, marcada por coragem e resistência apesar das adversidades físicas e da repressão, destaca os desafios enfrentados por defensores dos direitos civis na China. Sua prisão não apenas priva o país de uma voz essencial, mas também lança luz sobre a necessidade de reformas que garantam transparência e justiça. Enquanto o governo chinês intensifica o controle, a luta de ativistas como Ni Yulan permanece um símbolo de esperança e resistência.
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