Na noite de 28 de novembro de 2011, a Câmara de Vereadores de Limeira, interior de São Paulo, aprovou por unanimidade o afastamento temporário do prefeito Sílvio Félix (PDT) por 90 dias e a criação de uma Comissão Processante (CP) para investigar seu suposto envolvimento em um esquema criminoso. A decisão, tomada durante uma sessão ordinária, foi apoiada pelos 13 vereadores presentes e reflete a gravidade das acusações que abalam a administração municipal.
A crise teve início na quinta-feira, 24 de novembro, quando uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Piracicaba resultou na prisão temporária de 12 pessoas ligadas a Félix, incluindo a primeira-dama, Constância Félix, seus dois filhos, Maurício e Murilo Félix, e duas irmãs de Constância. Eles são investigados por crimes como sonegação de impostos, lavagem de dinheiro, furto qualificado, formação de quadrilha e falsidade ideológica. O Ministério Público (MP) estima que o esquema tenha movimentado mais de R$ 20 milhões, com a compra de 50 imóveis em nome de “laranjas” e a criação de cinco empresas de fachada para ocultar os lucros ilícitos.
Os pedidos de afastamento e instauração da CP foram protocolados no final da tarde de segunda-feira e aprovados na mesma noite. Assim que notificado oficialmente, o que deve ocorrer entre terça (29) e quarta-feira (30) com a publicação no Diário Oficial, Félix ficará afastado do cargo. Durante a sessão, o vereador Ronei Martins (PT) interrompeu os trabalhos para informar que os promotores do Gaeco, reunidos até as 18h30 em Piracicaba, haviam solicitado à Justiça a prorrogação das prisões temporárias, que expirariam à meia-noite. No entanto, segundo o promotor Enzo Carrara Boncompagni, o MP optou por não pedir a extensão, e os 11 detidos foram liberados na madrugada de terça-feira, 29, após o fim do prazo legal.
A investigação do Gaeco, que incluiu buscas e apreensões na Prefeitura, revelou um esquema sofisticado de aquisição de imóveis incompatível com a renda declarada da família Félix. Computadores, documentos e gravações estão sob análise para embasar as acusações. Embora Félix não fosse formalmente investigado no início da operação, a decisão da Câmara reflete a pressão política decorrente das prisões de seus familiares e aliados. O promotor Boncompagni esclareceu que o afastamento foi uma decisão política dos vereadores, que não tiveram acesso ao conteúdo das apurações do MP.
O escândalo marca um momento de turbulência em Limeira, levantando questionamentos sobre a transparência na gestão pública. A Comissão Processante terá 90 dias para apurar as responsabilidades de Félix, podendo recomendar sua cassação. Enquanto isso, a cidade aguarda os desdobramentos das investigações do Gaeco e o impacto político do caso.
Nossos pensamentos estão com a população de Limeira, que enfrenta a incerteza diante de um escândalo de tamanha proporção.
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