Na manhã de 29 de novembro de 2011, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu Eraldo Souza da Silva, de 52 anos, conhecido como Eraldo da Rocinha, em sua residência no bairro da Taquara, zona oeste da cidade. Apontado como ex-chefe do tráfico de drogas na favela da Rocinha e um dos fundadores da facção criminosa Comando Vermelho, Eraldo estava foragido desde 1994. A prisão foi resultado de uma denúncia anônima feita por uma vizinha, que reconheceu o criminoso após ver sua foto em uma reportagem de jornal.
Segundo o delegado Marcos Cipriano, Eraldo liderou o tráfico na Rocinha até 1994, controlando também as favelas do Vidigal e da Chácara do Céu com extrema rigidez. Contra ele, foram cumpridos mandados de prisão expedidos em 2010, por crimes como tráfico de drogas, formação de quadrilha e homicídio. A operação foi conduzida pela Delegacia de Repressão Contra os Crimes de Saúde Pública.
A trajetória criminal de Eraldo é marcada por ousadia. Em 1994, enquanto cumpria uma pena de 31 anos no presídio Frei Caneca, ele fugiu pela porta da frente utilizando um alvará de soltura falsificado, vestindo um terno e até se despedindo dos guardas, segundo relatos da época. Preso novamente em 1996, no presídio Plácido Sá Carvalho, ele voltou a escapar após receber permissão para visitar a família e não retornar. Em 2001, foi detido em Maricá pela Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas, então ligado à facção Terceiro Comando, mas conseguiu permanecer foragido após novos episódios.
A prisão de Eraldo ocorre em um momento de intensas operações policiais na Rocinha, que recentemente passou por ocupação policial e militar para combater o tráfico. A favela, que já foi controlada por Eraldo, era dominada em 2011 pela facção rival Amigos dos Amigos (ADA), liderada por Antônio Bonfim Lopes, o Nem, preso semanas antes, em 10 de novembro.
Este caso reforça os desafios enfrentados pelas autoridades no combate ao crime organizado no Rio de Janeiro, especialmente em comunidades como a Rocinha, que historicamente são palco de disputas entre facções. A captura de Eraldo da Rocinha é um marco na luta contra o narcotráfico, mas também um lembrete da complexidade e longevidade das redes criminosas no estado.
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