Estudantes da USP Ocupam Prédio da FFLCH em Protesto Contra Convênio com a PM

Roberto Farias
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Na noite de quinta-feira (27), estudantes da Universidade de São Paulo (USP) invadiram o prédio da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), na Zona Oeste de São Paulo, após um confronto com a Polícia Militar. Em nota divulgada na manhã desta sexta-feira (28), os manifestantes afirmaram que manterão a ocupação até que o convênio entre a USP e a PM, que intensifica o policiamento no campus, seja revogado pela reitoria. Eles também exigem o fim de processos criminais e administrativos contra alunos, professores e funcionários, além da garantia de autonomia em espaços estudantis, como o Núcleo de Consciência Negra e a Moradia Retomada.
O conflito começou por volta das 19h, quando policiais abordaram três estudantes no estacionamento da FFLCH e encontraram porções de maconha. Ao tentar conduzi-los ao 91º DP, os PMs foram impedidos por outros alunos, que levaram o trio para dentro de um prédio. A situação escalou: estudantes cercaram um carro da Polícia Civil, houve bate-boca, e um cavalete de trânsito foi jogado contra os agentes, que reagiram com cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo. Em resposta, manifestantes atiraram pedras e chutaram os policiais, danificando viaturas e carros de alunos. Não há dados sobre feridos.
A ocupação é uma reação ao convênio de cinco anos assinado em 8 de setembro de 2011 entre a USP, representada pelo reitor João Grandino Rodas, e a PM, com a presença do secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, e do coronel Álvaro Batista Camilo. A medida, aprovada pelo Conselho Gestor da USP, aumentou o efetivo policial no campus após o assassinato do estudante Felipe Ramos de Paiva, baleado em 18 de maio na Faculdade de Economia e Administração. Para os manifestantes, apoiados pelo Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), a presença da PM representa repressão, uma crítica que ecoa falas do estudante Adrian Fuentes, do DCE, que na época questionou abusos de poder. Nesta manhã, dia do funcionário público, o campus estava calmo, e os ocupantes, que escondem o rosto com camisetas e capuzes, evitaram entrevistas.

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