Na quarta-feira, 13 de julho de 2011, um homem de 32 anos, identificado como Jefferson Marques Evangelista, foi morto em Formosa, Goiás, a cerca de 70 km de Brasília, ao ser atingido por dois tiros no peito disparados por uma armadilha caseira. A engenhoca, montada pelo proprietário da casa, José Geraldo de Souza, de 28 anos, consistia em fios, um cano, pólvora, munição de espingarda calibre 12 e uma ratoeira. O dispositivo foi acionado quando o invasor, que pulou a grade e arrombou a porta da cozinha, tocou no fio que ativava a armadilha, segundo a delegada Renata Machado.
A polícia informou que Evangelista já havia invadido a mesma residência pelo menos oito vezes, aproveitando as frequentes viagens do dono, que trabalhava no interior do estado. Apesar de seu histórico de furtos, ele não estava armado no momento do incidente, e não havia mandado de prisão contra ele. Um vizinho, o mecânico Júlio Pereira, testemunhou a invasão, alertou o proprietário por telefone e chamou a polícia, que encontrou o invasor já morto ao chegar.
Cansado dos repetidos furtos, José Geraldo montou a armadilha para proteger sua propriedade, mas agora enfrenta sérias consequências legais. A Polícia Civil abriu um inquérito, e ele foi indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar ou assunção do risco de morte. Como não foi preso em flagrante, Souza pagou fiança e responderá ao processo em liberdade, mas, se condenado, pode enfrentar até 30 anos de prisão. O delegado Carlos Firmino destacou que, embora a legítima defesa possa ser alegada, a ação foi considerada excessiva, já que a armadilha foi projetada para ser letal.
O caso gerou debates sobre segurança, legítima defesa e os limites da autoproteção em uma cidade onde furtos residenciais são comuns, especialmente por ser uma "cidade-dormitório". A investigação continua para esclarecer todos os detalhes do incidente, que chocou os moradores de Formosa.
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