Milhares de Carros Roubados no Brasil São Identificados na Bolívia em Meio a Polêmica Lei de Legalização

Roberto Farias
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Em julho de 2011, uma operação conjunta entre os governos do Brasil e da Bolívia revelou que "milhares" de veículos roubados em território brasileiro foram localizados na Bolívia, onde estavam em processo de legalização sob uma controversa lei sancionada pelo presidente Evo Morales em 9 de junho do mesmo ano. A legislação, que permitia a regularização de até 128 mil veículos sem documentação mediante o pagamento de taxas entre US$ 2 mil e US$ 3 mil, gerou críticas por supostamente facilitar a legalização de carros roubados, muitos deles utilizados como moeda de troca no tráfico de drogas.
O embaixador brasileiro, Marcel Biato, entregou ao vice-chanceler boliviano, Juan Carlos Alurralde, uma lista detalhando milhares de automóveis furtados no Brasil, identificados entre os 128.059 veículos inscritos para regularização. A Aduana Nacional da Bolívia ficou responsável por verificar, até 30 de setembro de 2011, as características de cada veículo, como números de chassi e motor, para negar a legalização de carros roubados e apreendê-los com apoio policial, visando sua devolução aos proprietários brasileiros. A medida foi parte de um esforço conjunto para combater o comércio ilícito de veículos na fronteira, especialmente em regiões como Santa Cruz e Puerto Quijarro, próximas a Corumbá (MS).
Apesar do compromisso boliviano de devolver os veículos, a lentidão no processo gerou tensões, com apenas um carro devolvido até fevereiro de 2012, de cerca de 1.400 identificados como roubados de países vizinhos, incluindo o Brasil. Críticas de deputados brasileiros, como Geraldo Resende (PMDB-MS), apontaram que a lei poderia estimular crimes como roubo e narcotráfico, enquanto seguradoras alertaram para o aumento nos preços de apólices devido à alta sinistralidade. A Bolívia, por sua vez, defendeu que a lei visava regularizar veículos importados, principalmente da Ásia via Chile, e não incentivar atividades ilícitas.

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