A Luta de Ana Catarina: Vivendo com Compulsão Orgástica e Conquistando Direitos

TimeCras
Roberto Farias
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Em abril de 2011, Ana Catarina Bezerra Silvares, uma analista contábil de 36 anos, divorciada e mãe de três filhos, tornou-se notícia ao revelar sua batalha contra uma condição rara: a compulsão orgástica, causada por uma alteração química no córtex cerebral. Residente de Vila Velha, Espírito Santo, Ana Catarina enfrenta uma busca incessante por orgasmos como forma de aliviar a ansiedade intensa gerada por essa disfunção. “Teve um dia que me masturbei 45 vezes. Foi quando percebi que algo estava errado e decidi buscar ajuda”, conta ela.
Sob acompanhamento do neurologista sexual Dr. Carlos Howert Jr. há três anos, Ana Catarina é, até o momento, a única brasileira diagnosticada com essa condição. Segundo o especialista, a disfunção pode afetar outras mulheres, mas o tabu e a vergonha as impedem de procurar ajuda, levando muitas a sofrerem em silêncio. Atualmente, Ana Catarina faz uso de um coquetel de ansiolíticos que reduziu a frequência de sua compulsão, passando de 45 para cerca de 18 episódios diários de masturbação.
Além de lidar com os desafios médicos, Ana Catarina conquistou uma vitória significativa no dia 8 de abril de 2011. Após dois anos de disputa judicial, o Ministério do Trabalho reconheceu seu direito a pausas de 15 minutos a cada duas horas de trabalho para atender às suas necessidades. Além disso, o juiz do trabalho de Vila Velha, Dr. Antonino Jurenski Garcia, autorizou que ela utilize o computador da empresa para acessar imagens eróticas que a ajudem a gerenciar sua condição. Essa decisão marca um precedente importante na inclusão de pessoas com condições de saúde raras no ambiente de trabalho, levantando debates sobre acessibilidade, privacidade e os limites do suporte corporativo.
O caso de Ana Catarina joga luz sobre a complexidade das disfunções neurológicas e os desafios de viver com uma condição que desafia normas sociais. Sua coragem em assumir publicamente sua luta e buscar soluções, tanto médicas quanto legais, inspira reflexões sobre empatia, saúde mental e o direito de todos a um ambiente de trabalho que respeite suas particularidades.

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