Enigma em Garanhuns: Suspeita de Botulismo Abala Pecuária Local

Roberto Farias
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No calor de agosto de 2009, a tranquilidade das fazendas em Garanhuns, no Agreste pernambucano, foi interrompida por uma série de mortes misteriosas entre o gado, apontando o botulismo como uma possível causa. Pecuaristas como Valdomiro Florêncio relataram a perda de aproximadamente 35 cabeças em uma propriedade de 250 hectares, enquanto José Gomes contabilizou 11 baixas em seu rebanho de 80 animais. Os sinais eram alarmantes: bois caídos, incapazes de se levantar, e movimentos descoordenados, sugerindo uma toxina nervosa, característica da bactéria Clostridium botulinum, que pode se proliferar em condições adversas como água estagnada ou ração deteriorada.
Diante da crise, a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro) mobilizou equipes para investigar, coletando amostras para exames laboratoriais, com resultados previstos para daqui a 20 dias. Inicialmente, a raiva foi considerada, motivada pela presença de morcegos em matas próximas, levando à vacinação emergencial do gado. Porém, com as mortes persistindo, a atenção se voltou para o botulismo, reforçada por lesões detectadas em cérebros e intestinos dos animais. O impacto foi devastador: Valdomiro estimou perdas superiores a R$ 60 mil, afetando severamente a produção de leite na região e deixando produtores em alerta.
Embora a hipótese ganhe força, persistem dúvidas sobre outros fatores, como práticas de manejo ou contaminações ambientais, que podem ter contribuído, especialmente com a demora nos laudos. A comunidade rural, ansiosa por clareza, acompanha de perto as apurações, enquanto o caso destaca a fragilidade da pecuária local e a urgência de reforçar a vigilância sanitária. Até que os resultados cheguem, Garanhuns vive um suspense que mistura luto e incerteza.

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